Thursday, July 31, 2008

CATS ATTACK, KILL STUDENT

1. Já aluguei o quarto. Pontaria a da Yhhaijajsjjs que vem cá aprender português e comer enguias (se formos a Aveiro faço questão de a levar).
2. Why are the “b” bold?
3. Hoje de tarde fui à praia, levei uma toalha e fiquei lá deitada. Quando já tinha adormecido ou entrado no universo do paramagnetismo tive a sensação que estava alguém por perto. Devia ter sido da sombra. Não abri os olhos porque pensei: um voyer? um miúdo molhado da água a pedir a bola? alguém conhecido de algum dos meus empregos? uma amiga da minha mãe? a minha tia? ...e continuou a piorar. “Com os olhos fechados fico com rugas, por isso, o melhor é abrir” Abri e quem era? Bah! O meu professor de Pintura, do terceiro ano. Que nem vinha falar comigo porque está tão velhinho que já nem se lembra quem eu sou (já não via nada na altura), foi mesmo lá para ver se eu estava viva. Ou então, pode ter sido uma daquelas apostas entre velhinhos que até falam francês e que têm um apartamento em frente ao mar, tipo “vais lá tu falar com a sereia? Pago 2 euros e o café de amanhã”. Voltei a fechar os olhos porque ele nem deve ter dado conta que eu os abri. Se havia outras intenções não sei.
4. Por um lado, noto que andamos todos muito eco-ocupados (já nem nos chamam paranóicos com os cuidados dos lixos e das torneira a verter ou hippies apocalípticos por acreditar QUE O MUNDO VAI MESMO ACABAR com os recurso naturais a escassear, mesmo que já cá não estejamos para ver) por outro lado, leio nas noticias internacionais queixinhas das casas ecológicas que são uma cácá, que as medicinas alternativas causas danos cerebrais, que as bicis dão dores de coluna, etc! Eco-backlash?!
5. The CULT! Of eco-promoters.
6. Novas abordagens à educação e à investigação, novas possibilidades em vez de alternativas. Cap. 5.
7. Com-Partilhar é viver – Nim.
8. Eu não vejo as estatísticas.

Monday, July 28, 2008

The art of caring
1. Cuidado que o copo com agua a ferver parte!
2. “Ele constrói jardins em espaços públicos e tira proveito disso, ele chama arte e eu chamo-lhe outra coisa. Alias temos que distinguir o que e cuidar de plantas e usa-las para nosso entretenimento e deleite estético”
3. Eu gostaria de cultivar plantas para comer e dar de comer.
4. Oitavo filme em menos de dez dias. “Em Portugal não há cinemas?”
Deve existir um nome para meio dúzia de inquietações que surgem a partir de uma só frase.
5. A Igreja Inglesa está as moscas e vende os edifícios a escolas de alpinismo (tenho uma imagem como prova).
6. Espaços comunitários e jardins para perder tempo.
7. Ontem foi domingo e almocei com a família: all the people I love are here.
8. Sai do teu sitio e vai para outro já – my brain to my trousers.
9. BAD WISDOM & ...

Friday, July 25, 2008

Irmãs gémeas: tenho um bloquinho cheio de notas para mais tarde usar em pequenos textos. Como fico por aqui uns dias, deixo aqui um apontamento muito incompleto sobre as minhas impressões de Bristol – ou que ocorreram durante a minha curta estadia aqui. Comecei a interessar-me por comunidades de artistas por uma questão pessoal – em que condições trabalham e de que forma estas afectam a produção pessoal. O meu interesse tornou-se mais forte quando fui confrontada com a opinião institucional de que o que se passa no Porto passasse de igual modo em todo o lado. Discordei na altura e discordo agora, mas não completamente. Espaços geridos por artistas existem em todo lado, sem duvida, mas o que distingue o Porto de outro sitio é principalmente o contexto histórico e isto explica-se através do interesse no passado, presente e futuro pelas artes e o suporte que lhes é dado. Em cada sitio resolve-se esta questão de forma diferente: apoio do estado (ou intermediários), apoio privado (dos familiares), apoio dos próprios artistas que se auto-financiam, entre outras hipóteses. O que possivelmente existe em comum em todas as comunidades de artistas é que todas querem ter melhores condições de produção e apresentação. A identificação deste objectivo torno-o de tal modo claro que os espaços alternativos (estruturas geridas pelos próprios, com ou sem espaço) aumentaram por todo o lado com uma forte convicção do que conquistavam. Esta estratégia, entre outras, encorajou a produção pós-escola e permitiu que a comunidade se mantivesse viva e forte.

Agora, como lida a instituição quando a alternativa se revela de tal maneira forte?
E como lidam os artistas quando a instituição não souber lidar com eles?
“Fazem as pazes?”
Ver programa do ICA http://www.ica.org.uk/?lid=16694
Nought to sixty

Há quem diga que o poder corrompe e fica fora, há quem diga que o poder se altera por dentro...são os mesmos, respectivamente, que não têm e não querem ter esperança e os que acreditam que participar faz a diferença.

A discussão institucional começou e já fazia falta!

Thursday, July 24, 2008

Bristol em Julho

1. Proposta para uma performance de um dia: olhar para o sol e ver as diferentes nuances de luz e cor. Começar no dia seguinte. A dificuldade de não fazer nada e de ir a sitio nenhum (ler ponto 2).
Sim, li o Néscio (quem não o conhecer que o compre) editado por uma nova pequena editora em Amsterdam. Levo uns quantos volumes para casa. Distribuo porque vale a pena. (Organizar uma rede de distribuição é importante)
2. Richard Long, quero personificar o Richard Long (e talvez não me incomode o facto do que ELE representa).
Era o que eu queria explicar a S quando me perguntou:
“How does that relate to your work?”
3. “Olha lá, não és a primeira a fazer essa pergunta, e asseguro-te que não serás a ultima!” (embora nem te ache muito irritante...)
4. Três dias com pesadelos: primeiro dia: promessa da reconciliação; segundo dia: a reconciliação acontece; terceiro dia: a inevitável separação. E desde quando uma reconciliação é um pesadelo?
5. Experimentem.
6. Eu e o Pedro compramos açúcar numa loja que estava aberta no domingo. Passamos nos carris de comboio entre o canal e o Rio Avon e vertemos o granulado nos carris. Depois deitamo-nos lá atravessados. Fingimos que estávamos em Moscovo. Tirei as sapatilhas e, como tenho os pés muito brancos, parecia uma paisagem Russa para fetichistas de pés.
7. De, resto as leituras vão bem, são construtivas.
8. O trabalho custa a começar mas temos tido um bom empurrão de todos os que já conhecemos.
9. Fim de emissão.

Tuesday, July 22, 2008

Friday, July 18, 2008

isabel sem (p)ortografia
volta 'a cabana da rainha, no pais que se infantiliza, a si mesmo e ao mundo, entra numa livraria anarquista "keep away from the shops" e compra o livro...e compra o do william morris! E depois entra em outra loja e ve o vinil mika miko! e chora, lembra o dia do concerto. E tenta nao consumir.
+ a whitechapel esta em saldos, vai mudar o unico sitio que eu realmente gostava?

Wednesday, July 16, 2008

QUANTAS LUCYS, PARA TODAS

sem correcção (p)ortografica a Isabel escreve assim:
- olá, depois de amanhã, na sexta-feira, vou para bristol fazer projecto de verão porqe durante o ano a minha vida não dá para fazer arte; como já me convenci que fazer arte requer tempo de laser vou tentar descontrair-me no campo e tentar passar muito tempo à beira da água - canal e rio. Depois deve ser uma ideia e da ideia um filho qualquer. Se no Natal estiver magra é porque levei o verão muito a sério e porque decidi fazer vida em Antuerpia. Já lá estive e nem se estava mal. O Marco é bom amigo por isso gosto de falar com ele e às vezes dou-me conta que já atravessei a linha. Depois faço-o prometer que não conta aquilo a ninguem. A revista Girls like us, salvou-me dp atraso do comboio ontem de tarde. Lisboa dá-nos cada queimadela...irei ponderar lá voltar até ao final do verão. Eu cá prefiro os poveiros eque me contem parábolas. É a cultura. Acho que tenho muitos apontamentos de coisas para escrever e nem tempo tenho para me coçar. Se quero ter mais uma publicação fora do bolso antes das ameixas amadurecerem. Desta vez não sai nenhum artista. Eu até ia a Budapeste se lá não estivesse muito escuro. As viagens estão baratas e tenho lá amigos. Oupas que amanhã há reunião pequeno almoço com o calhau para falar sobre escavações porfundas.

Monday, July 14, 2008

1. Andei com os braços pendurados nos braços e as pernas estavam cansada de andarem com os últimos braços que saíram na quinta-feira.
2. A amiga da minha irmã está a fazer um estudo fantástico que requer imensa coragem: entrou numa comunidade utópica na Dinamarca - por três semanas. Estudo condições de trabalho / felicidade.
3. Até agora a parte que eu mais gostei é da liderança de quem está deitado – manifesto sobre/contra o overwork!
4. A manhã foi passada a pôr cuspo nas estampas. O meu sonho é enviar um exemplar a cada biblioteca municipal.
5. Amanhã vou visitar o elefante do jardim zoológico de Lisboa, estará de boa saúde? Não tem nenhuma relação com a coragem do senhor leão, é por saudade - ainda me parto a rir ou a chorar.
6. Se eu tivesse um garfo na mão espetava-o no meio da cara - e não era na minha. Desta vez não é visual, não é uma expressão, não é um desenho, é mesmo isso, só violência.

Sunday, July 13, 2008

MOTHER'S RUIN

past, present, future...


Thursday, July 10, 2008

Great achievements in Bristol & group exhibitions are really exciting
1. O sentimento de incompreensão é dos mais fracos que conheço. Quando não somos compreendidos é porque não somos claros – reflicto sobre isto seriamente antes de pensar que os outros é que são os reais culposos. Nos últimos anos, tem sido complicado participar numa exposição sem que, a certo momento, não surja algum episodio que me provoque a ira. Também é padrão constante não me rever na situação.
2. Amanhã será um dia muito importante para mim, porque vou fazer uma performance no jardim zoológico de Bristol.
Vou falar com um leão.

On 11th of July, at 3pm I will be talking with a lion at the Bristol zoo for approximately 30 minutes in order to get some advices on courage.
"I will take my sister's advice: "Who wouldn't go to Bristol to talk to a lion!!!!!" It needs courage to be an artist and we have to learn from someone. For the present situation I will take lessons from a specialist, from an animal that knows how much it takes to survive!"

Wednesday, July 09, 2008

THE PRINCESS OF MODERN ART

(para breve)

Leio o eurosom.blogspot.com e ele lê-me também.

Debaixo deste tecto vivemos quatro. Como foi sabido e anunciado, iríamos dar as boas vindas a pelo menos mais um elemento e alargar a comunidade. Até hoje surgiram duas propostas, mas ainda não demos, nem recebemos, respostas definitivas.
Pois, a saber, nós somos quatro seres vivos razoáveis, com hábitos individuais relativamente constantes. Durante o dia, excepto nas actividades colectivas de lazer ou no momento das refeições, não nos cruzamos e não fazemos questão de fazer “companhia” uns aos outros. As saídas e as entradas não perturbam ninguém porque a porta é a serventia da casa e o lema da andorinha de barro pintado, pendurada na parede é “não te metas na vida dos outros se não queres lá ficar”. As refeições têm sido aperfeiçoadas dia a dia, mês a mês. Quer o conteúdo (apenas um é vegetariano, no entanto decidiram todos não comer carne em consideração ao quarto elemento que pertence ao mundo animal), quer o formato. Apenas um cozinha, dois limpam. Não há qualquer imposição, apenas valorização dos talentos de cada um. No momento de sentar à mesa, um é nomeado para a acção de graças. Este momento não é transposto de nenhuma vivência no estrangeiro, é uma lembrança dos campos de férias e da necessidade de partilhar pequenos momentos de outra maneira esquecidos e reduzidos a história dos episódios do próprio. A acção de graças não é mística, nem religiosa, nem espiritual – é a exposição de desejos de felicidade pessoal e profissional para o dia, a demonstração de gratidão por algo sucedido, o encorajamento para futuros empreendimentos, etc, entre todos e para todos, através de um porta-voz. Com convidados, não alteramos os hábitos e aliás, por vezes acrescentam-se situações mais curiosas. Para demonstrar a enorme satisfação de ter vistas, recebemo-las com danças improvisadas no centro da sala, às quais se podem juntar os próprios convidados, recitamos poemas, cantamos musicas tradicionais portuguesas e hinos de amor e ciúme, fazemos demonstrações desportivas e tentamos com estas actividades que as visitas prolonguem a sua passagem por mais umas horas.

A economia é básica e não acrescenta nada de inovador. Não há, por isso, uma ideologia marcada que a organize. Partilhamos as contas e não somos sensíveis às desigualdades financeiras dos outros excepto: na aquisição de bens culturais que são de todos e para todos – a cultura não se nega a ninguém, o pão sim. Temos por hábito oferecer presentes fora da época principalmente quando for para nós uma conquista na subversão da economia mundial – objecto “sacanado”, comprado a um preço baixíssimo, em segunda mão ou trocado. Só deste modo o presente faz sentido e é sentido.

A noção de satisfação pessoal através da experiência colectiva não existe, nem sabemos o que é nem como se faz. Se fosse de outra maneira seria aborrecido e estaríamos rapidamente a perder tempo a ajudar os outros a serem felizes. Por outro lado se alguém acreditasse mais em nós que nós mesmos poderíamos entrar facilmente em crise, e isso nós não queremos .
Gostamos da descoberta em si e assim nos mantemos.

Por isso, procuramos alugar um espaço para habitação ou atelier a quem não pense, nem ajuíze sobre o que aqui foi descrito e que esteja apenas disposto a partilhar.

Tuesday, July 08, 2008

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Braço de Ferro
Editora de livros de arte e design.
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Lançamento de "Uma Obra sem Qualidades" de António de Sousa
10-07-2008, 22h00
Passos Manuel

Monday, July 07, 2008

- GIANT HANDS
LADY’S SPAM!
TREINO POÉTICO: enviar ao meu cuidado.
- O talento, por seu lado, é subjectivo...
- “Cercado pelas ondas do oceano e areia, esse farol emerge da costa para guiar os navios à noite”, quantos faróis existem em Portugal? TPC
- 23 July 1912 After being questioned by the police, it is discovered that Delaure Frolaine's real name is Mlle. Prolaine Delarre, a Parisian seamstress. During questioning, she gives her reason for vandalizing the work by saying, "I am miserably hungry and have been unable to find work. I often go to the Louvre, and the sight of the young woman in the picture with a happy smile and luxurious clothes maddened me. I decided to mutilate her hateful face in the hope that perhaps after that people would notice me and save me from starving." With that she added, "The picture displeased me and I wished to correct what I considered wrong."
(Cabinet Magazine)

Sunday, July 06, 2008

OS DESPENTEADOS

(hoje b-lab)
Na sexta estarei nas bouças de Sua Majestade para umas caminhadas com o príncipe. Depois, de novo no Porto por uma semana e durante uns dias, pelos menos, vou visitar os principais faróis portugueses. Dia 18 volto às bouças e passarei algum tempo em recuperação - estarei contudo contactável e visitável. No início de Agosto arranca a TRANSMITIVA, com um primeiro teste.

Saturday, July 05, 2008

AGENDA:
brucelabruce, o Bruto, amanhã entre as curtas metragens e o pride.
Quinta-feira, é o lançamento da publicação do António de Sousa no Passos Manuel. A partir das 22h.
O nome da minha rádio é TRANSMITIVA. Começa em Agosto.
Alugo um quarto para o verão por 75 euros ou 150 euros - pois depende, se quiserem um quarto pequeno ou o meu que é maior.

Wednesday, July 02, 2008


1. Localizar uma comunidade ou “cena” artística não é o mesmo que dizer que essa comunidade artística é “local” no sentido em que é muitas vezes associado o termo – conjunto de autodidactas que trabalham para caracterizar, através de produções artísticas em diferentes campos, ou tornar característico, pelo pitoresco, o sítio onde vivem e trabalham.

A comunidade à qual me referirei e à qual pertenço, distingue-se do ser “local”, por não o querer ser determinantemente e também porque lhe é impossível. Pelo amplo conhecimento que adquirem os seus elementos mais activos, através das diferentes instituições por onde se movimentam, da formação escolar aos museus e galerias que frequentam e com os quais se relacionam, a facilidade com que saem do local para outros lados, o acesso à informação escrita e à troca de impressões com artistas, curadores, críticos e outros, constitui-se uma visão mais alargada do meio artístico que extravasa os limites objectivamente geográficos e os meandros locais.

No entanto, parece-me fundamental localizar a experiência artística genérica, aglomerado de experiências de diferentes proporções e consequências, da comunidade, que ocorrem num dado sítio. Ignorar a localização ou não querer localizar-se é o mesmo que não estar aqui no pior sentido. É fazer de conta que isto não nos serve e que existe um sítio melhor, algures entre a realidade e a imaginação e cobiçar um sítio ideal desconhecido. Não nos livramos de nos projectarmos sempre mais além (aliás, é desejável que assim seja, sem dúvida), mas não será inconsequente viver nesta ausência de sítio? Da percepção do “aqui” como uma abstracção não resultará numa falta de postura crítica sobre os condicionalismos nos mais diversos cambiantes, sociológicos, políticos, culturais? Não nos levará à ignorância, inocentemente ou por conveniência emocional, à falta de participação na construção de um sítio?

O resultado provável é precisamente tornar o “aqui” pior e é alimentar a ideia que nunca será melhor (provavelmente, também nunca piorará excepto se a falta de localização for generalizada) e isto remete-nos para a definição de provincianismo, sem margem para muitas discórdias sobre a aplicação do termo. Tornamo-nos provincianos se a admiração pela imagem exterior nos levar à obediência cega a essa mesma imagem (e ao que nos chega dela), através do mimetismo por exemplo, da aceitação dos laivos de civilização que nos aparecem, sem participarmos “aqui” e sem a força de participarmos em sítio algum, com efeito e consequência. A admiração aparvalhada induz numa falsa pertença, com a qual se pode conviver durante muito tempo, o que poderá ter efeitos desastrosos, para o indivíduo, como para a comunidade em que se insere – porque não cresce nem se produz nada de próprio.

A quase inexistência de instituições mediadoras e de agentes promotores, legitimadores também, do valor da comunidade e das suas produções que se interessem pela promoção e difusão das obras, condiciona o acesso a um público mais alargado. Se por um lado e até há pouco tempo, isto se devia à escolha e decisão dos próprios elementos da comunidade, que conscientemente se excluíam das instituições e do que uma possível inclusão significaria, recentes acontecimentos vêm demonstrar que são as instituições locais, em nome dos seus representantes, que se abstêm de ter qualquer tipo de relação com a comunidade – exceptuando as oportunidades, definidas estrategicamente, de demonstrar precisamente o contrário. Aliás é destes a primeira, mas não a única, responsabilidade, da não-localização e das consequências deste posicionamento – que é o mesmo que dizer pouca ou nenhum diferença faz estar “aqui” ou acolá.

Se a comunidade enquanto alternativa, se afirma na convicção que é alternativa ao criticável sistema artístico, com o qual não convive bem, a consequência mais flagrante é a perda de público – como também de realidade. A falta de plataformas de difusão eficazes que estabeleçam a ponte entre produção e fruição, que promovam e assegurem a qualidade relativa das obras, incapacita a inclusão de novos públicos sendo o único público, o público directamente interessado, ou seja, os artistas que pertencem à mesma comunidade ou com a qual têm graus de “parentesco”.

2. Ora, a questão do público e a sua caracterização genérica, coloca-se aqui como posição fundamental a explorar para localizar o fenómeno: o artista é o público, aqui e em sítios com características semelhantes.

(excerto do texto para a revista voca* -- faltam 3 paragrafos e mais umas notas, sexta feira sai o resto)
* Comprem a revista que tem óptimo aspecto!

1. “Os teus pais dizem que tu mentes, é verdades que mentes?”
2. Se eu disser a verdade ninguém acredita.
3. Digo sempre a verdade que imagino que seja verdade.
4. A minha irmã diz que eu não minto, mas que invento coisas.
5. Quando a minha irmã foi passar o fim de semana fora levou-me o pente.
6. Agora que já não preciso de fazer segredo de onde vivo posso contar coisas que acontecem na minha rua: 2 da manhã, uma das senhoras fez anos e todas as outras cantaram os parabéns e contaram em números os anos que a amiga fazia.
7. A minha rua fica na zona vermelha – área segura e muito vigiada.
8. Postal à cabeceira da cama – “o amigo aprecia o trabalho dos amigos”, serviço de irradiação missionária.
9. Conto chegar a sexta-feira e quando os apanhar prego-lhes um susto. Bhu.
10. Os amigos pregam sustos aos amigos mas não é por mal.