Monday, November 30, 2009

Trovão e vento,
as Bronte respeitam a flora e a fauna
em turbilhão que os seus sonhos alimentam.
Não colhem nenhuma flor,
não arrancam uma só pena,
que seja, para enfeitarem o trajo.
Bem sabem que sacrilégio haveria em vaidades tão mesquinhas.
De modistas nada têm. Além disso os trofeus inúteis,
de pendurar na parede, acabam por ser ninharias.
Aprender francês:

palavras

RÉFLÉCHIR
RÉCITER
SORCIÉRE
>
                                                                                 RÉFLÉ
                                                                                            CHIR

                                                                     RÉCIT
                                                                                   ER
                                                                                           SORCI
                                                                                                       ÉRE


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encontrei na rua uma camisola de mangas cortadas e trouxe para casa.

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andar como um vulcão quando faz tanto frio e chove.
Amanhã vou à serra da estrela.

Saturday, November 28, 2009



Friday, November 27, 2009


Thursday, November 26, 2009

1000-1

Especial Inverno


1.
Todos vocês que possam querer reflectir (opinar e tomar posições) sobre o Museu não podem ir ao Museu, nada disso, nã, nã. Há policias à porta. Nem expor. Nem sair com as pessoas que trabalham lá. Nem nada. E para manter alguma lucidez também não devem ir aos debates, nem do Hal e nem do Benjamin. Em prol da estratégia “vigia e pune”. (milhares de gargalhadas)
(Aliás, conheço quem vos guie se precisarem de orientação)
2.
O optimismo é o primeiro item de qualquer bom manifesto.
O humor é genial.
3.
Ontem tive um curto circuito cá em casa porque uma nossa visita viu-se à rasca e cortou a ficha que ligava um aquecedor à tomada com uma tesoura. Quando cheguei a casa encontrei-a feliz e animada como se fizesse anos. Saiu-lhe a sorte grande.
4.
Estremeço de frio e na realidade os lugares quentes demasiado confortáveis chateiam-me. Isso é que é - passear à noite no Inverno. Estar numa esplanada a sentir as costelas a não se entenderem com as vértebras.

5.
Mas o melhor mesmo do dia de ontem e hoje foi ficar a olhar para as 1000 mensagens que depositei aqui e chorar.

Monday, November 23, 2009

MAIS SOBRE A VIDA Monet teve uma catarata no fim da sua vida.



A doença o atacou por causa das muitas horas com seus olhos expostos ao sol, pois gostava de pintar ao ar livre em diferentes horários do dia e em várias épocas do ano, o que foi outra característica do Impressionismo. Durante sua doença Monet não parou de pintar, - usou nessa época de sua vida cores mais fortes como o vermelho-carne e vermelho goiaba, cor tijolo, entre outros vermelhos e cores mais fortes.

Sunday, November 22, 2009

Os Amadores~
Grupos de crianças que aos Domingos de tarde~
Escrevem entradas na Grande Enciclopédia~
Eles chamam-se Atlas

No liceu RFreitas, existe um Museu com um corcodilo de mais de dois metros com olhos de vidros,
ao qual retiraram um dente. Existe também um ovo cujo o conteudo ninguem conhece.

Os Amadores
são nobres.

Friday, November 20, 2009


[ French pronunciation: [klod mɔnɛ]) also known as Oscar Claude Monet ]

Imagem do Jardim do Campo 24 de Agosto. Juro?

OUTRAS PESSOAS





NOVIDADE

Destruição dos monumentos
Aquele arquitecto reflectiu sobre os espaços vazios necessários à construção de uma nova cidade. Era para isso necessário implodir com os mais nobres edifícios - essas construções antigas, duráveis, mas que ocupam demasiado espaço no imaginário de cada um. Pediram-lhe para explicar o sentido de uma nova cidade. Ele respondeu que a nova cidade era nova.


desmaio ou morte súbita ?

oS cNIDÁRIOS VIVEM LUTANDO PELA SOBREVIVÊNCIA
oUTROS VIVEM EM CUMPLICIDADE,
vER CORAIS...

VISITA GUIADA A UMA CARCASSA

Não há muito tempo, com um pequeno grupo de amigos, fiz uma visita guiada ao interior da carcaça de uma baleia de nove hectares, que se encontrava encalhada, e em decomposição, há já vários anos, nas margens do Rio Ave.


O guia começou por explicar como ali chegara uma baleia tão grande e de boa saúde e como depois tragicamente morrera.
Constava que, quando pequena, subiu o rio por engano, mas como era já demasiado larga não conseguiu sair e ficou presa. Foi então acarinhada pelos locais que a receberam com um colar de flores.

Entretanto, um antigo merceeiro das redondezas lembrou-se de aproveitar a existência de um tão volumoso e resistente animal para desenvolver uma fábrica, utilizando o seu corpo como receptáculo e explorando a sua gordura como energia. Alegou que era necessário acompanhar o progresso e apostar na indústria. Naturalmente que todos estiveram de acordo porque pressentiram que dali podiam retirar lucro.


O seu imenso interior começou então por sofrer profundas transformações: construíram-se máquinas gigantes propositadamente para aquele corpo e adaptaram-se mecanicamente alguns dos seus órgãos internos.


O animal alimentava-se com a ajuda da população: a matéria prima sólida que lhe servia de alimento vinha de longe, de outros continentes, num comboio de carga fretado expressamente para esse fim — chegaram mesmo a construir uma linha própria para o seu abastecimento! A combinação das diferentes matérias consumidas no processo de produção originava excedentes que o animal expelia na mesma água que bebia. Com o tempo, no local onde antes se refrescava só corriam fezes. O seu corpo foi crescendo e crescendo, até que se tornou insustentável uma existência em águas paradas.


Ao mesmo tempo, a mão de obra mais barata, que começava a surgir noutras geografias e que originava uma concorrência incomportável com o enorme animal, obrigava a população a procurar formas de sustento nos grandes centros urbanizados, longe daquelas paragens. Com esse abandono, a produção foi diminuindo e a razão de ser da grande baleia foi deixando de interessar à população. De saída, muitos foram os que deixaram marcas de tortura no animal, infligindo-lhe golpes profundos e irrecuperáveis.


Logo à primeira vista, pude constatar que o seu corpo estava já num avançado estado de decomposição, praticamente descarnado. Fomos aconselhados a caminhar nas suas entranhas com cautela e, ao mínimo sinal de cedência da sua frágil estrutura, devíamos recuar sem hesitação.







* * *







O início da visita fez-se pelos ossos da cabeça. Lá estavam os gabinetes principais, que foram planeados para servirem a vaidade e a ostentação dos proprietários, e para esconder a sua última finalidade — a de serem palácios de burocracia. Dali partiam as ordens para todo o corpo que chegavam longe, às suas extremidades, por intermédio de canais comunicativos eficazes. Sem retorno e sem reclamação.


Um papel activado naquele espaço só seria libertado quando tivesse passado por várias mãos que, à vez, lhe acrescentariam informação por camadas. As assinaturas e rubricas completavam o papel e tornavam-no num documento. Faltava apenas o carimbo com a data — “Despedido dia tal do mês que me convém e o ano é este”.

Os gabinetes estavam forrados com armários enormes, a fingir que eram paredes, cuja presença não se notava. Foi comentado que o trabalho que se fazia naquelas salas tinha uma natureza própria, não servia propriamente para ser visto ou notado por ninguém. Só nas salas de baixo, no ventre do animal, é que era tida como virtude a vocação para o trabalho.


Quem trabalhava nestes gabinetes nem as palmas das mãos tinha sujas. As marcas do trabalho revelavam-se nas mangas, às vezes manchadas de tinta permanente, e no suor nos colarinhos — que abundava na altura de rematar pelo melhor preço a matéria prima de qualidade superior, ou na altura de repreender algum insubmisso que havia lido os panfletos do sindicato.





Na boca e narinas do animal haviam portas que pareciam ter sido importantes na marcação do território — as originais eram imponentes, feitas em cobre batido, das quais se fizeram cópias em madeira pintada de cor escura. O desenho era o mesmo, mas as primeiras serviam os gabinetes principais e as outras os gabinetes secundários e os lavabos.





Ao lado da porta de um dos gabinetes principais, uma peça de plástico, parecida a um interruptor, permitia que se fizesse a comunicação, de dentro para fora, através de uma palavra que se acendia associada a uma luz: ora verde, ora vermelha, ora amarela com as palavras "livre", "ocupado", "espere um pouco". Já de fora para dentro a comunicação não era possível. Mas houve, certamente, quem quisesse fazer uso do mesmo interruptor – e dizer “não entro”. Para esses, estava reservado o "banco dos tristes"- o último sítio dentro do animal onde se ficava imediatamente antes de se ser expirado pelas narinas no alto da cabeça.





A traqueia era servida por um elevador que não funcionava tão bem quanto a escada, por isso pressume-se que a garganta estivesse estragada. Entre os vários andares do edifício existia um labirinto de túneis que serviam de passagem a cabos eléctricos mas com altura suficiente para possibilitarem a saída de emergência. Era, certamente, importante manter o fluxo activo com regularidade constante. O perigo é que estas passagens deixavam também entrar corpos estranhos, desestabilizadores, que frequentemente davam origem a infecções, dores de garganta e trabalhos desnecessários de erradicação de problemas.





Os pulmões ficavam no andar de baixo, no ventre da grande baleia, onde tudo estava exposto. O espaço assemelhava-se a uma peneira – a luz furava o espaço sem qualquer impedimento. Entre as diferentes secções não existiam paredes sólidas, nem portas, nem interruptores, apenas membranas feitas de vidro e armários baixos que serviam de divisórias para que se visse de uma ponta à outra do andar todos os funcionários.





Ao fundo, sobre um armário, estavam os cartões com a identidade de cada um, com entradas para informações básicas, mas com uma área a preencher com dados sobre o comportamento: a "secção impessoal". Pousado sobre uma estante, encontrava-se um livro de poesia entitulado "Flores de Pedra", e ao lado, numa secretária vazia de um dos chefes de secção, um Pateta de plástico, trazidos possivelmente pela última corrente de ar que por ali tenha passado.





O coração já não funcionava. Acabou por não ser visto por ninguém e comentava-se que talvez estivesse guardado numa cave ou escondido entre a cabeça e os pulmões. O guia parecia querer guardar só para si esse tesouro.





A cantina, construída no estômago do animal, estava limpa e em funcionamento — uma parte ainda saudável do organismo. A confecção e transformação dos alimentos resistia em apenas um quarto de toda a área. Aqui ainda havia vestígios de vida, como um órgão que entra em auto gestão e não precisa do cérebro para funcionar – que há muito estava morto. O cheiro no ar trazia consigo imagens e sons: milhares de pessoas a comer à mesma hora com avidez, a tilintar com os talheres e a sorver sopas. A arte de assobiar deve ter tido origem nesta cantina como tique nervoso em pequenos momentos de descontracção.





A partir deste ponto não havia mais solidez. Os ossos estavam a sofrer com a humidade, mostrando-se quebradiços e instáveis.

Os armazéns dispunham-se ao longo do grande aparelho digestivo. Havia um espaço imenso para caminhar. Afinal estava-se perante a maior baleia que alguma vez se havia visto. Espalhámo-nos por entre os diferentes armazéns. Era tudo oco. Calculo que a vida de todas as pessoas que povoavam este espaço fosse, como um eco, uma exacta reprodução das ordens provenientes dos escritórios.

O meu guia, sabendo da realidade do grande animal, sentiu-se inclinado a explicar-se: —“Os trabalhadores estupidificavam aqui e as conversas entre mulheres eram nojentas”.
Intestinos, recto e ânus

As oficinas ainda tinham lixo metálico, bocados de óleo, animais mortos e vestígios de ladrões. Os esgotos já não funcionavam, mas durante muito tempo todos os resíduos iam directamente para o rio.

* * *

A baleia que em tempos produzia têxteis — principalmente para produzir camisas de jovens, senhoras e cavalheiros, toalhas de mesa, tecidos padronizados para sofás e cobertores, para comercializar em Portugal, Inglaterra e no Ultramar — ia ser mumificada e disposta num Museu.

O nosso guia estava inconsolado. E eu assobiei.

IC, Julho/Novembro 2009

Sunday, November 15, 2009






A chuva abre as portas de casa
Nunca se sabe quando as portas estão realmente fechadas
Às cinco da manhã acordei para fechá-las
Depois não conseguia dormir
Com medo que se abrissem outra vez
E sei que mais ninguém as ouve
Li a verdade e crítica
Um livro interessante
Está todo sublinhado por uma aluna de linguística
Compramos um saco deles em segunda mão
Que eu penso que nunca vou ter tempo para ler
Mas por acaso li este
O que me faz pensar que ainda vou a tempo de aproveitar os outros
- O delírio de hoje é a verdade de amanhã -
Depois comecei a sonhar , sem mais nem menos,
Com um refeitório,
Parecido com o que conheço dos hospitais
Mas entrava muita luz,
E eu não sinto falta de luz porque preciso do Inverno,
Por uma questão de ritmo,
Mas ainda assim fiquei algum tempo no refeitório
Quando acordei estava bastante tranquila, eram dez,
Mas já era tarde, para um domingo,
Só queria procurar aquele refeitório
Eu sei que deve haver um destes no Porto
Era realmente muito espaçoso
E o ambiente era amistoso
Estes sítios são uma espécie de celebração




Depois o mesmo livro ficou em estado latente,
A crítica é uma espécie de bolas de espelhos
É um segundo texto sobre o texto
E é por isso múltipla,
E por aí fora, mas é uma escrita de liberdade,
Não fala a verdade,
Porque não desejamos verdade
As portas abrem-se assim

Thursday, November 05, 2009







1.
PERCEBER DE NOVO E EM TODO O LADO

2.
Há meses que tenho vontade de lhe ferrar na perna.
Mas não o fiz porque sei que tenho que usar dos argumentos certos.
No entanto os argumentos certos neste caso não existem.
Tamanho o IDIOTA. E o idiota é um sapo pastoso.
E os idiotas escorregam por imbecilidade. Não, não é por astúcia.


(paris em Novembro deste ano)

Wednesday, November 04, 2009