Sunday, November 15, 2009




A chuva abre as portas de casa
Nunca se sabe quando as portas estão realmente fechadas
Às cinco da manhã acordei para fechá-las
Depois não conseguia dormir
Com medo que se abrissem outra vez
E sei que mais ninguém as ouve
Li a verdade e crítica
Um livro interessante
Está todo sublinhado por uma aluna de linguística
Compramos um saco deles em segunda mão
Que eu penso que nunca vou ter tempo para ler
Mas por acaso li este
O que me faz pensar que ainda vou a tempo de aproveitar os outros
- O delírio de hoje é a verdade de amanhã -
Depois comecei a sonhar , sem mais nem menos,
Com um refeitório,
Parecido com o que conheço dos hospitais
Mas entrava muita luz,
E eu não sinto falta de luz porque preciso do Inverno,
Por uma questão de ritmo,
Mas ainda assim fiquei algum tempo no refeitório
Quando acordei estava bastante tranquila, eram dez,
Mas já era tarde, para um domingo,
Só queria procurar aquele refeitório
Eu sei que deve haver um destes no Porto
Era realmente muito espaçoso
E o ambiente era amistoso
Estes sítios são uma espécie de celebração




Depois o mesmo livro ficou em estado latente,
A crítica é uma espécie de bolas de espelhos
É um segundo texto sobre o texto
E é por isso múltipla,
E por aí fora, mas é uma escrita de liberdade,
Não fala a verdade,
Porque não desejamos verdade
As portas abrem-se assim

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