Wednesday, February 18, 2009

Cheguei a casa de visitar o jardim zoológico de Lisboa e o Seixal de barco, jantar com a Paula e comprar mais três livros (sem quebrar a regra de que li os anteriores excepto Rosseau) e recebi dois comentários. Não costumo receber comentários, nem bons, nem maus. Os que recebo muitas vezes não entendo, como se o que eu escrevo (também) não fizesse sentido. Penso que muito se pensará que eu escrevo um diário, mas isso não me é muito normal porque me faz confusão dizer exactamente o que faço – porque o que faço é menos do que o que penso. E o que imagino é mais importante ainda. Coloco aqui pecinhas para me compor; o que também não quer dizer que tenha uma grande actividade para além disto, aliás a minha grande e (quase) única actividade é constituir uma estética que me seja natural e favorável. O que venho aqui colocar são pecinhas que não têm espaço nas relações humanas diárias. Nessas tem espaço o telefone e os telefonemas (eu não gosto de falar ao telemóvel excepto com o Mário) e conversas, muitas agradáveis como falar com o João e a Martírio (recentemente encontrada neste estado e com o cabelo em chamas – foi o acidente de lhe termos posto fogo com uma vela). A restante sociabilidade é uma socioplina, uma tentativa de me disciplinar. Afinal o que este blog é, é uma carrada de penas num pedaço de piche. Não me fazem sentir melhor, nem mais desperta, nem mais integrada. Não imagino sequer o que lêem aqui. Saio muitas vezes e danço bastante e, tal como correr no ar poluído desta cidade, ajuda-me a não ter uma má apresentação na hora de ter que me apresentar. Mas isso não quer dizer que esteja sempre bem disposta, antes pelo contrario, o que pensar quando se dança? Que o pé e o braço vão na mesma direcção. Em resposta ao comentário da Escola das Gatas, se reconheço, o olhar, de quem pergunta para jogar (se quiseres fazemos um desenho juntas), é uma escola com os professores que já sabes que são os melhores. Não sei que descrição posso fazer de uma escola tão singular. Frequentaria essa mesma escola se tivesse tido oportunidade, mas só porque o conteúdo me é totalmente desconhecido. Quando as três saem de casa, de manhã cedo, perto das 9, depois de beberem leite (não pode ser magro) despedem-se e só aparecem depois muito mais tarde com cheiro a gataria. Penso que fazem duelos (é meia noite, tenho que ir ver o que o Mário escreveu). A minha irmã apanhou duas a trocar carícias nos genitais e por isso penso que levam a sério a limpeza do tipo dos balneários das outras escolas. Também aparecem com feridas nas costas e eu acredito que pratiquem duelos tipo espadachins! De resto, que sentido faz humanizar as gatas se eu desconfio que mais vale gatificar humanos? Espero não desapontar na descrição e aproveitar para falar de outras coisas. As comunidades vivem de superstições e acreditam que da individualidade irreverente surge a consequência da superstição que se abate sobre todos; as superstições florescem e apodrecem. O melhor da sociplina é a superação activa. Que estética! As gatas também fazem lavores e sabem jogar muito bem.

1 comment:

Anonymous said...

Não percebo metade do que escreves, mas venho cá ler todos os dias.