Wednesday, September 30, 2009
embora isto não justifique o saque, eu não queria fazer aquela programação porque qualquer um a fazia --- como eu a fiz, sem revira-volta.
aliás as programações cansam-me em demasia, tipo a ---- faz uma programação no programa da tarde que é bastante ----: convida --- para --- toda a semana e obedece a um tema e por aí fora.
Num programa tem que se obedecer (ao programa) e isso ---- estranho para mim.
a ---e a --- tambem - que fazem um bom trabalho - a ver pelos folhetos que são enviados. Porque é que eu iria fazer? a não ser que fosse um tema realmente mais ----, mas longe das -----.
a não ser que o ---contributo fosse mais forte - e como não foi, ficou ---. Mas eu estava à espera ---, mas se calhar não faz parte ----...por isso, não há nada como observar e ver o que dá e o que não dá para fazer com as pessoas ---fazer coisas - ainda agora a divisão de interesses --- disso...
é quase um defeito ficar na expectativa de fazer --- ...mais..., mas vai-se tentando.
Por isso, isso.
E ainda, acho que é tempo de reconsiliação com ----. Por isso, mais uma tentativa de apostar nelas.
E assim, por muito irritada que eu tivesse ficado - não foi ontem, mas com o nosso muito demorado processo ----, as --- tralhas todas: desde o início ---resposta - , estou contente ---- rádio ter ----- consequência.
um ----tem que se irritar com a vida ou então nada. E reactiva eu não fico!
----------que se faz tarde
Monday, September 28, 2009
"E como é estranha a semelhança com ela - com esta mulher cá de cima! Será essa, então, a razão do meu interesse por ela? Ou vice-versa: será que por isso me interessei por ele? Que disperate! Um belo disparate, aliás. Mas tenho que regressar, e quanto antes."
Amanhã,
tempestade e trovoada por todo o país um pouco.
Sunday, September 27, 2009
A família ajudou-a a comprar o T2 onde vive desde que há três anos foi dar aulas para a escola de raparigas - já frequentada por algumas celebridades, como a cantora pop Dido.Tem um cão, que costuma levar a passear. É tímida, dizem os vizinhos. Tem uma voz doce, relatam os jornalistas. É alguém um pouco imaturo para a idade, afirmam amigos e familiares.
Thursday, September 24, 2009
Tirei um ano para passar mais tempo com a família. A seguir precisei de mais um ano para estar comigo e com a família. Mais outros serão necessários para resolver tantas questões que nos últimos anos têm estado presentes, mas que eu não consigo resolver. Gostaria muito de evitar responder que estou numa fase de auto-conhecimento, mas posso pelo menos afirmar que estou numa fase de conhecimento. Sem dúvida que é o tempo que faz falta. E honestamente não quero perder mais tempo em vão. Dar aulas é valioso, é uma experiência singular para todos os que se dão aos alunos, mas é também uma tarefa ingrata quando nos damos conta que nos diluímos ano a ano. E muito pior quando sentimos que podíamos fazer um trabalho melhor do que fazemos se tivéssemos um horário menos sobrecarregado. É a responsabilidade de formar, sem formatar. Criar cérebros pensantes, em vez de reprodutores. É preciso e necessário. Tenho-me cruzado com quem acha e é da opinião que é uma asneira pôr em causa a estabilidade financeira, os pequenos confortos, a certeza de um futuro. Pois foi a pensar no futuro, foi a ponderar nos meus desejos, para mim e para os outros e em aspectos realmente importantes que eu tomei a decisão. Não fui sequer corajosa, bastou-me colocar em cima da mesa alguns momentos dos últimos anos para me aperceber que não havia alternativa. Encaro o que vem com expectativa porque realmente não sei o que vou encontrar por aí – o desconhecido é isso, uma aventura imperdível para o melhor e para o pior. Parto com a certeza que todos os caminhos são possíveis, mesmo os do retorno ao início – com mais experiência, com outra convicção, talvez. No ano que passou surgiu a exposição dos "Emissores Reunidos". Tinha que ponderar se o que queria fazer e dizer era possível a partir do lugar em que me encontrava – há cerca de dois anos não entro no Museu por divergência com o Director, sou a única artista que publicamente o enfrenta. O convite foi entendido por alguns como um aproveitamento do Museu, que assim neutralizava a artista, por outros como um aproveitamento meu (da artista) uma vez que estava a ser recompensada por todo o esforço “por lá entrar”. Para além destas, ainda surgiram algumas ideias sobre o convite mais originais, que constam por aí – uma delas, foi contada pelo próprio Director que me confessou que lhe disseram “como foi possível convidá-la se ela nem entra aqui!”. De facto. Não entrei. E agradeço que nunca me tenham dissuadido de o fazer. Embora nunca me tenha ocorrido ter algum problema com quem trabalha no Museu, ficou apenas claro, nesta experiencia, o seu elevado grau de profissionalismo. A questão tornou-se, para mim, apenas esta: posso fazer e dizer o que quero neste outro lugar que vou ocupar, neste espaço cedido ao Museu? Posso seguir criticando-o e exigindo o que considero serem reivindicações justas para os artistas? Ficou provado que sim. Sem cedências. O trabalho, a meu ver melhor conseguido, foi o bar. Aí consegui construir um espaço amplo para que se pudesse reflectir sobre a produção cultural – aqui e agora, porque não estou noutro sítio nem em outro tempo. O bar foi também o trabalho mais intelectualizado a vários, vários níveis que promoviam esses mesmos múltiplos níveis de leitura e atenção. O restante trabalho é de outra ordem, talvez, menos explicável, com menor projecção exterior – são de facto íntimos. Os vídeos reflectem um ano de confronto com o tempo, com a reflexão ponderada sobre aspectos da minha vida pessoal e social. Desmontada a exposição – o bar inactivo ficará permanente – deparo-me com tempo. Tempo livre para várias coisas, entre elas, ser atacada por uma hiper-sensibilidade, quase irritante, a tudo a que tenho acesso (acentuado pela constipação que me bloqueou os movimentos). E de repente deparo-me com um aspecto que até há bem pouco tempo apenas ao de leve me bloqueava – a vida no Porto é asfixiante. O que sobressai numa das primeiras saídas à rua, após sinais de melhoria, é que o Museu é quase um mal menor neste panorama – apesar de que em breve não precisará muito de empurrões, arrasta-se para as ruínas a olhos vistos, pelos seus próprios meios. Não é de hoje a não existência de distinção entre estratégias de disposição, promoção, aparato, entre o Museu e a Arte que se mostra cá fora, mas neste momento, carecem as duas de qualquer coisa ainda mais grave – diversidade. A falta de diversidade a mim, asfixia-me. A acrescentar a isto, a falta de crítica, de forças activas que irrompam neste contexto. Neste aspecto sinto que nos escapam da memória os anos de 1990, da arte política, do feminismo em força, da pretensão à ruptura. Actualmente há uma espécie de censura, mais que uma falta de crença nesta pluralidade de discursos, que me parece a mortal para um panorama com algum interesse.
Wednesday, September 23, 2009
Tuesday, September 22, 2009
Todas as histórias são verdadeiras. Aquelas em que o herói volta dos mortos em forma de fantasma, em forma de zombie ou renasce humano para mais uma oportunidade de se realizar. Aquelas em que as coincidências são aparentemente impossiveis e absurdas. Onde os animais falam. Onde os rios choram e as montanhas também têm sentimentos. Não há portanto histórias no seu sentido de ficção pois nada é ficção e tudo é factual. Tudo são factos. Há os que são factos-relatos de acontecimentos passados vistos pelos olhos do autor. Há os que são planos para futuros por acontecer. O acto de os relatar de antemão serve o propósito de viver um sonho ou pesadelo - ambos os casos são desejos do autor.
- este texto não é meu, é da Bronté.
Está precioso!
- este texto não é meu, é da Bronté.
Está precioso!
Sunday, September 20, 2009
Saturday, September 19, 2009
ERRRO
1. Turismo infinito (tnsj) + Reborn, SS + cadernos + cartazes cubanos + Montanha mágica ,TM + lenços e água.
2. Turismo Infinito (prospecto), trouxe a D, que deixou para eu ler. Está sublinhado, o que ajuda. Mas não tenho capacidade para o ler com atenção. No entanto é sobre o turismo que está para além da mobilidade e do entretenimento. A expansão do espaço limitado a quatro parede é o que parece acontecer aqui, ao que eu sou obrigada, uma vez que ninguém acredita que tenho uma gripe vulgar e só pensam no potencial infeccioso-contagioso.
3. Reborn - A Montanha Mágica (com tempo estou mais próxima de ser leitora)
Tento ser persistente (principalmente MM porque acabei Reborn com desinteresse), mas imagino-me logo a calçar as botas e a sair para ver o que se passa lá fora. E vou…Porque, por mais sensato que seja estar aqui, preciso.
4. Exceptuando D, não tenho visitas. Deixam-me água na porta. Pior era não ter livros ou que estes acabassem.
5. Entro em pânico com a falta de energia destes dias - horas. (A eurolines fica na rua ao lado)
6. Tenho que mexer no texto da economia do artista: o fetiche da economia moderada (não consigo escrever pobreza no texto) e a opção de Gauguin.
Duas hipóteses: ou se transforma ou se desvia. Ou se exige uma pensão vitalícia ou se morre de doença.
Mas no séc. XXI, ainda há que optar por uma das duas hipóteses?
7. Eu prefiro cultura cerebral, sou capaz de me assumir depois de muito tempo a contrariar-me.
2. Turismo Infinito (prospecto), trouxe a D, que deixou para eu ler. Está sublinhado, o que ajuda. Mas não tenho capacidade para o ler com atenção. No entanto é sobre o turismo que está para além da mobilidade e do entretenimento. A expansão do espaço limitado a quatro parede é o que parece acontecer aqui, ao que eu sou obrigada, uma vez que ninguém acredita que tenho uma gripe vulgar e só pensam no potencial infeccioso-contagioso.
3. Reborn - A Montanha Mágica (com tempo estou mais próxima de ser leitora)
Tento ser persistente (principalmente MM porque acabei Reborn com desinteresse), mas imagino-me logo a calçar as botas e a sair para ver o que se passa lá fora. E vou…Porque, por mais sensato que seja estar aqui, preciso.
4. Exceptuando D, não tenho visitas. Deixam-me água na porta. Pior era não ter livros ou que estes acabassem.
5. Entro em pânico com a falta de energia destes dias - horas. (A eurolines fica na rua ao lado)
6. Tenho que mexer no texto da economia do artista: o fetiche da economia moderada (não consigo escrever pobreza no texto) e a opção de Gauguin.
Duas hipóteses: ou se transforma ou se desvia. Ou se exige uma pensão vitalícia ou se morre de doença.
Mas no séc. XXI, ainda há que optar por uma das duas hipóteses?
7. Eu prefiro cultura cerebral, sou capaz de me assumir depois de muito tempo a contrariar-me.
Friday, September 18, 2009
1. A caminho da Montanha Mágica, mas ainda nas primeiras folhas, na subida da montanha para o sanatório, contrai o virus da gripe.
O meu plano para hoje era ir à exposição do João Sousa Cardoso.
Eu tento entender o que me convida,
a obra
e o artista;a primeira, é diálogo que certamente se estabecerá,
o segundo é ouvinte e é muito educado,
quero ir, mas já me esforcei por fingir que não estava doente.
Não consigo mexer-me, nem para ir a um momento tão importante.
2. Hoje, não tenho nenhum desejo social.
3. (Se conseguir sair...)
O meu plano para hoje era ir à exposição do João Sousa Cardoso.
Eu tento entender o que me convida,
a obra
e o artista;a primeira, é diálogo que certamente se estabecerá,
o segundo é ouvinte e é muito educado,
quero ir, mas já me esforcei por fingir que não estava doente.
Não consigo mexer-me, nem para ir a um momento tão importante.
2. Hoje, não tenho nenhum desejo social.
3. (Se conseguir sair...)
Wednesday, September 16, 2009
1 – Quid
A quidade refere-se a quid, àquilo que, em todo o ser, coisa ou fenómeno, o caracteriza, singularizando-o.
2 – Discussão disparatada com efeito no futuro:
quanto importante são as coisas importantes?
Tudo o que é importante para todos passa a senso comum...
Tudo o que é importante para alguém em particular, é realmente importante.
3 - Miroslava Balka é a escolha certa para a turbina?
Tuesday, September 15, 2009
Monday, September 14, 2009
Anonymous rita said...
queria dizer que vi a exposição.
que li os textos sobre os videos depois porque não tive acesso ao mesmos no edificio o que é pena. Lembrava-me bem dos videos, porque os achei estranhos, intimos, ficaram-me guardados numa espécie de memória que não entende mas que quer saber e há-de saltar ao corpo em associações tardias. Sentia(-o) tempo mas nem sempre o li. Depois li os textos e a memória das imagens ganhou contornos mais claros. Mesmo depois dos textos, mantive os meus preferidos: a aurora e os caracois. A bateria por causa dos gestos, e a liberdade, e os caracois por parecerem uma praga lenta. Percepções mais ou menos básicas e pessoais que se mantiveram com os textos, que não vão ao seu encontro. Talvez tenha visto errado, mas vi.
Blogger isabel carvalho said...
Rita:
não leias os textos.
se fossem muito importantes os vídeos tinham legendas.
ic
Anonymous rita said...
mas se aqui dizes que é importante ter acesso a eles. de qualquer maneira senti que tiveste necessidade de os explicitar. Não? Eu gostei de os ler. Achei-os importantes.
Os textos orientam e neste caso serviam para o Sr jornalista os ler...
mas podem ser lidos sem os vídeos.
Sunday, September 13, 2009
Entradas a partir de Lisboa:
1 – A atleta Semenya está entre-sexos, não há por isso mais espaço para ela nas competições, abre-se assim uma brecha no sistema de classificação que nós vulgarmente usamos, o que evidência o retardamento da sociedade em grande escala.
Sem querer tornou os jogos olímpicos na melhor arena de discussão (dos últimos tempos).
História de u...
2 – Uma mulher foi apanhada a desenhar à vista um morcego de bronze, que aparecia na capa de um cd, a partir da montra de uma livraria de pautas musicais. Quem a apanhou foi um artista que trabalha com bronze, como matéria prima, mas que prometeu não contar a ninguém da fraca qualidade dos desenhos.
3 – Decidida a contar todos os objectos adquiridos e a relacioná-los, fez uma lista.
4 – Encontro com uma camisola preta de malha, exactamente igual à imagem que desenhou de uma camisola preta, que desejava, e que escapou, por sorte, dos modelos das lojas - iguais em todo o lado. Seguir um estilo é fundamental, é evocar estilos existentes, e combiná-los num só – aliás na noite de Sábado tentou convencer o seu amigo R que ter estilo não é incompatível com intelectualidade. A camisola preta simboliza para ela conforto (é de malha elástica com veludo) e ter uma atitude independente, que ela julga ser urgente sublinhar.
5 – Comprou dois fascículos da Enciclopédia animal por um preço acima do seu custo do mercado em segunda mão, mas precisava de os ter para ver as imagens antes de dormir. Os animais têm formas e cores que a surpreendem desde sempre –destaca os lagartos de tamanho superior ao dos humanos.
O livro sobre Carl Hagenbecks seguiu-se, naturalmente. Precisava destas imagens para o dossier da Zoologia. Se puder fará os possíveis por “encher” este dossier e entregá-lo ao arquitecto que debaterá com ela e com os zoologos a melhor maneira de trabalhar o tema! Mas não será fácil.
6 – Comprou uma cassete de VHS gravada que será o seu maior segredo – nunca ninguém a verá, excepto ela.
Nela encontra-se um documentário da banda preferida de x. Comprou com o propósito de sofrer e com isso superar x. Disse: irritam-me as pessoas que afectam as outras pessoas.
Com este objecto adquiriu dois volumes dos policiais “ninfa”. Um homem tem uma cara coberta e transformada por uma meia de vidro.
7 – Comprou cadernos de argolas para ter sempre a mais – disponíveis. Contando não encontrar tão cedo cadernos que lhe agradem. Tudo a ser preenchido com caligrafia.
Friday, September 11, 2009
1) Bar Introspectivo Ocupado é mesmo um bar onde, ao que sei, vão acontecer coisas (espectáculos, concertos, conversas?). Pode dizer-me o que vai acontecer ao certo? Qual é a programação?
R:. A dinamização do bar depende parcialmente de apoios técnicos e financeiros. Ainda estou a aguardar por respostas para começar a desenvolver a actividade/programação no Bar.
2) O que acrescentou ao bar? O R não me revelou, mas arriscaria dizer, que colocou cortinas brancas e estores azuis. Ou se calhar não colocou nada.
R:. O que foi alterado no bar, em pormenor, penso que não é muito relevante.
A transformação incluiu paredes falsas e truques para esconder mobiliário de restauração que não interessava. Os espelhos foram desenhados por mim e representam em simultâneo uma borboleta e uma aranha, animais muito importantes para mim, e cujo padrão resultante foi inspirado na própria Rua Cândido dos Reis onde prevalecem vestígios da arte nova. Os espelhos são também influenciados pelos cafés do Porto (e nos cafés em geral) que usam o efeito reflexivo dos espelhos para ampliarem o espaço. Para além disso queria que as pessoas se olhassem entre si e para si.
O mais importante é a “inutilidade” do Bar enquanto tal por um lado e a potencial “utilidade” cultural por outro.
3) O vídeo do miúdo (miúda?) a tocar bateria surge atravessado (se não me engano) pela sombra dos estores e é um dos trabalhos mais bonitos da exposição. Como se chama? Não cheguei a entrar nessa sala. Podia?
R:. É uma miúda que toca bateria. O vídeo chama-se Aurora, da mesma maneira que o livro do Nietzsche. Não sei se recebeu esta informação sobre os vídeos...mas é importante ter acesso a ela porque explica grande parte da exposição. Para entender a minha parte da exposição é necessário destacar o bar e os vídeos e depois relacioná-los.
4) Gostava que me falasse um pouco de Como Sucedâneo da Vida. O que inspirou esta instalação que, creio, só podemos ver de um lado? Tem uma imagem projectada, uma “cortina”, uma lança e parece aquele trabalho menos “relacionado” com a história do edifício.
É preciso entender o seguinte: eu não me vi “forçada” de modo algum, a trabalhar com a fábrica, com o edifício, com a História da Indústria, eu trabalhei com estes “temas” porque me “tocam”, porque me dizem respeito. Eu não falo da história do edifício de modo isolado, eu conto a minha própria história (humildemente) através dele. E bate certo ao ponto de se pensar que é o contrário que podia ser um trabalho de adaptação, porque nenhum saiu lesado, nem eu nem o edifício, nem as nossas histórias, porque se cruzam de muitas maneiras.
O sucedâneo de vida,
é sobre a ideia de Sucedâneo de William Morris,
é sobre viver nos subúrbios,
é sobre escapar aos subúrbios,
e é sobre um planta que ajuda a escapar.
O nome do vídeo é este: Não é preciso ser um Quarto — para estar Assombrado — Nem é preciso ser uma Casa — O Cérebro tem Corredores — que ultrapassam os Lugares Materiais retirado de um poema de Emily Dickenson.
A grade obstrui o caminho, mas é um realidade da nossa paisagem.
R:. A dinamização do bar depende parcialmente de apoios técnicos e financeiros. Ainda estou a aguardar por respostas para começar a desenvolver a actividade/programação no Bar.
2) O que acrescentou ao bar? O R não me revelou, mas arriscaria dizer, que colocou cortinas brancas e estores azuis. Ou se calhar não colocou nada.
R:. O que foi alterado no bar, em pormenor, penso que não é muito relevante.
A transformação incluiu paredes falsas e truques para esconder mobiliário de restauração que não interessava. Os espelhos foram desenhados por mim e representam em simultâneo uma borboleta e uma aranha, animais muito importantes para mim, e cujo padrão resultante foi inspirado na própria Rua Cândido dos Reis onde prevalecem vestígios da arte nova. Os espelhos são também influenciados pelos cafés do Porto (e nos cafés em geral) que usam o efeito reflexivo dos espelhos para ampliarem o espaço. Para além disso queria que as pessoas se olhassem entre si e para si.
O mais importante é a “inutilidade” do Bar enquanto tal por um lado e a potencial “utilidade” cultural por outro.
3) O vídeo do miúdo (miúda?) a tocar bateria surge atravessado (se não me engano) pela sombra dos estores e é um dos trabalhos mais bonitos da exposição. Como se chama? Não cheguei a entrar nessa sala. Podia?
R:. É uma miúda que toca bateria. O vídeo chama-se Aurora, da mesma maneira que o livro do Nietzsche. Não sei se recebeu esta informação sobre os vídeos...mas é importante ter acesso a ela porque explica grande parte da exposição. Para entender a minha parte da exposição é necessário destacar o bar e os vídeos e depois relacioná-los.
4) Gostava que me falasse um pouco de Como Sucedâneo da Vida. O que inspirou esta instalação que, creio, só podemos ver de um lado? Tem uma imagem projectada, uma “cortina”, uma lança e parece aquele trabalho menos “relacionado” com a história do edifício.
É preciso entender o seguinte: eu não me vi “forçada” de modo algum, a trabalhar com a fábrica, com o edifício, com a História da Indústria, eu trabalhei com estes “temas” porque me “tocam”, porque me dizem respeito. Eu não falo da história do edifício de modo isolado, eu conto a minha própria história (humildemente) através dele. E bate certo ao ponto de se pensar que é o contrário que podia ser um trabalho de adaptação, porque nenhum saiu lesado, nem eu nem o edifício, nem as nossas histórias, porque se cruzam de muitas maneiras.
O sucedâneo de vida,
é sobre a ideia de Sucedâneo de William Morris,
é sobre viver nos subúrbios,
é sobre escapar aos subúrbios,
e é sobre um planta que ajuda a escapar.
O nome do vídeo é este: Não é preciso ser um Quarto — para estar Assombrado — Nem é preciso ser uma Casa — O Cérebro tem Corredores — que ultrapassam os Lugares Materiais retirado de um poema de Emily Dickenson.
A grade obstrui o caminho, mas é um realidade da nossa paisagem.
Wednesday, September 09, 2009
1. A exposição da privacidade, quando relatada, segundo X e W,
é transgressora e incómoda,
Mas deve ser direccionada – ora bem, para o relato sexual e o relato da contagem de coisas pequenas. Mas também a divagação pessoal sobre grande estruturas que nos esmagam.
2. Um embrulho com um livro chegou no meu nome, da Nova Zelândia:
Sobre avant-gard – penso – não acolhe meios termos, parece que é um livro de quem a) adora ver-me em fúria porque entro em campo de revelação;
b) adora ver-me iludida com as leituras sobre avant-garde;
c) leu e por generosidade – e porque engraçou comigo – lembrou-se de me enviar esta pechincha (não tem ar de ser caro);
d) alguém que percebeu que fujo à intuição esforçando-me por desenvolver o meu lado mais objectivo (a educação - durante o meu ensino não houve qualquer separação entre pensamento cientifico e mitológico, por isso ter reprovado a todas as disciplinas da área das ciências);
e) completando todas as outras letras penso que deve ter sido a V que se interessa por movimentos sociais complexos.
3. Quando mudei de casa – há um ano atrás – deixei tudo no mesmo sitio e aligeirei-me, nada de muito pesado para carregar. Fugi sem sapatos – e não apenas metaforicamente. E agora W foi lá: é preciso arrumar a casa e deitar os sapatos fora.
4. R:
A DEUSA ENCONTROU ALI O GRAVADOR ITALIANO
Sunday, September 06, 2009
Um jovem rapaz visita o jardim botânico onde cientistas estudam a face aberrante de certas formas de vida vegetal. Ele levava consigo um caderno e um lápis bem aguçado para poder fazer alguns esboços de carácter e tema livres. Entra numa estufa, logo depois do roseiral, passando pelos tanques das aquáticas. Aí, começa a examinar superficialmente aquele amontoado de massa verde que aos seus olhos lhe parece confuso e o deixa enjoado. Avança com o lápis de modo a pôr alguma ordem no seu pensamento através do desenho, mas adormece. Tinha ficado de pé, imóvel, com o olhar direccionado para o primeiro objecto do seu desejo de representar - um cacto em forma de soldado.
1.
“(...)Viver é, aí, viajar. Viajar é correr perigos e aventuras, ficar prisioneiro dezenas de vezes, ser comprado e vendido como escravo, naufragar, violar cemitérios, mercadejar, ver-se num dia senhor no outro servo. É preciso, porém, não fazer disso um motivo de sofrimento e dor” – percebes? Lembras-te?
---------------------------------------
2.
É preciso entender que eu não me vi “forçada”, de modo algum, a trabalhar com o edifício, com a História da Indústria, eu trabalhei com estes “temas” porque me “tocam”, porque me dizem respeito. Eu não falo da história do edifício de modo isolado, eu conto a minha própria história (humildemente) através dele. E bate certo ao ponto de se pensar que é o contrário que podia ser um trabalho de adaptação, porque nenhum saiu lesado, nem eu nem o edifício, nem as nossas histórias, porque se cruzam de muitas maneiras. (emissores reunidos)
3.
A suar brutamente (África tornou o cheiro diferente e inconstante), vou trocar de roupa e vestir a nova camisa cinzenta, para jantar.
Porque eu (também) me visto melhor para jantar em casa,
porque é uma festa ter as gatas todas à mesa e humanos calorosos.
Antes, olhava para cima, para as varandas e via pessoas a beber vinho e invejava-as.
Na realidade não gosto de restaurantes e aceito muito bem trocá-los por qualquer casa.
4.
E magreza que fora sempre fora sinónimo de inteligência...
Tuesday, September 01, 2009
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