Saturday, December 27, 2008

1. Ontem de manhã acordamos a pensar em mudar de casa. Desta vez gostaria de uma casa com jardim ou um terreno à volta, um poço se possível, possibilidade de cultivo. O Marco falou-me que ia viver para fora do centro. Eu fiquei chocada com a ideia. Até ele me aliciar com os prazeres dos subúrbios de Santa Cruz, já perto do mar quem sai de Custoias.

Gostaria de ter mais espaço e isto parece não tem fim.
Quarto, quarto maior, quarto pequeno e velho com humidade, casa, casa maior, casa velha, casa pequena, casa no centro, casa na periferia, casa longe.

E os fantasmas que se deixam para trás são como as alminhas que vêem comer à mesa depois da noite de Natal. (Se não comem, para o ano têm mais fome)
Ficam com uma casa inteira por conta deles e fazem novas amizades. Comigo, é certo, que não levo ninguém (nem morto).

Enquanto falávamos em mudanças: Ontem de manhã partimos para Vila Real depois Régua, Loureiro, Caldas de Moledo e Lamego.

E os montes cresciam.
Do litoral para as montanhas.

À medida que dávamos um avanço na viagem reconstruía as viagens de todos os anos, várias vezes, ao mesmo destino: A velha assassinada; O médico louco que perdeu o filho; O relógio que enfeitiçou o homem rico; Os milagres de um santo; O casino das Caldas de Moledo, O Carvalho Araújo e a casa da família; A Flor do Adro; A Senhora dos Remédios; ...

[Não tenho a certeza, mas penso que de fantasmas percebo eu ]
O rio Corgo e o rio Douro.

2. Nestes dias acordo pelas quatro da manhã e conto o toque dos sinos no Bonfim, não é totalmente desagradável. (ouvir sinos)

Lamento apenas que não tenha ouvido o intruso que roubou as jóias arte nova à vizinha de baixo. Veio com um carrinho e estragou-nos as escadas a empurrar o cofre.

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