Sunday, February 17, 2008

THIS IS FUCKEING INTENSE!



& lets kill Courtney!

1. Entre teorias da conspiração, fetiches por polícias, falsos documentários sobre corporações de bombeiros (é mais um exercício de humilhação dos que ela adora, é vê-los correr e dar provas de robustez física), histórias sobre conhaque e cocaína (bah! já foi tempo, agora a água e o café são os substitutos) – a Lydia tem uma voz lindíssima, uma segurança em palco invejável e fabrica histórias como ninguém.

2. Há dez anos atrás, no meu quarto, passava os dias a cantarolar a LL e a desenhar, mas eram canções meias juvenis e não spoken words (a cantar safa-se muito pior e não sou só eu que digo, mas também não faço denúncias)!

3. No meu aniversário (antes da passagem do milénio) a minha irmã disse-me que a LL seria para mim uma grande referência porque o Nuno (Cardoso) lhe tinha falado dela com muito entusiasmo. E acertou. Recebi um cd de presente e ficamos amicíssimas, eu e a LL. A grande surpresa é que eu nunca imaginei conhecê-la, nem me pareceu suposto (I don’t deserve it! I don’t!). Talvez por isso o convite para dar o concerto me parecesse tão natural (ao mesmo tempo tão irreal) e mais ainda conhecê-la – já para não falar que dormimos no quarto ao lado, trocamos dicas sobre ressacas de champanhe e que lhe recusei uma caixinha de tâmaras!
Foi destes doces episódios que os dois últimos dias foram feitos!

4. Tal como o Luís tinha avisado, o problema não era a partilha do palco, mas aguentar o público que queria ver a LL. Ora, depois da apatia do ensaio aberto ao público no Porto, no fim de semana anterior, acho que só podia desejar que o público reagisse. E reagiu. Ninguém saiu com a satisfação de que tinham sido cumpridas as expectativas de um bom espectáculo a condizer com o cd...porque não há cd! E porque não há um concerto igual a outro! Às vezes enganamo-nos na “Tina” e outras no “fighter do espaço”, depende do dia e do momento. Por isso não há forma de antecipar o que vai acontecer.

5. No encore: “toquem uma com piano”, “uma curta”, “a sereia”, “a caspa”, etc. Resposta: “A quem pediu uma curta arrebento-lhe a boca lá fora!”. Eu peço desculpa por não me ter saído melhor, mas para nós é com carinho que usamos esta expressão. (Também não esteve relacionada com querelas norte e sul, deixem-se disso). O que tocamos a seguir foi a “spider” e a “goth as fuck” – esta última retirada de um graffitti da rua e uma das minhas preferidas pelos arabescos finais quando se chega à parte: “acham-te estranha, pior que uma araaaaannnnhhhaaa!.

6. Eu gostei muito muito muito do concerto e depois dos nervos expulsei os meus demónios com bebidas macias e doces, mas sem ir muito longe. Aliás, a noite acabou cedo e para mim, quando chegaram as palpitações na pista de dança apinhada por dezenas de pessoas que nem sequer estavam a dançar (!valha-nos!).

7. No dia seguinte fomos à “Biting the hand that feeds you”, à exposição da Cordoaria e ao “teatro sem teatro”. A Cordoaria está em fermentação, não me pronuncio com tanta rapidez, preciso de tempo. Mas o apontamento do Pedro foi muito acertado, “desta vez é mais Tropa que Tabarra!”. Nisto concordo e acrescento, senti que com esta exposição me aproximei ainda mais das referências originais. O que não quer dizer que me deixe armadilhar no julgamento, dos “originais”, antes pelo contrário, estes fenómenos de beber água a fontes, que também já beberam água de outras fontes, só fortalece a arte portuguesa. É de evitar também a marca nacional, mas faz sentido usá-la no que diz respeito à partilha. E pelo que sei os dois artistas e as suas referências partilham ideias, projectos e até espaços físicos. A exposição de Belém, já tinha visto uma parte até a minha amiga Catarina, da Grécia, ter-me forçado a sair do MCBA para falar com a namorada ao telefone (zangas e acidentes emocionais).

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