Saturday, May 30, 2009
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Pelo menos este espaço que me sirva para abrir caminhos ou nada mesmo:
1. Deitei-me entre as quatro e as cinco simplesmente porque a noite estava agradável. Estivemos a vaguear entre colinas.
2. Hoje de manhã fui à casa dos meus pais almoçar.
Pai virado para a mãe enquanto vê o telejornal:
“Estão palhaços na televisão, é no Museu, vamos lá de tarde!?”
Ao que a mãe responde:
“Claro!”
E eu pensei:
“a minha irmã lembrou-me que na minha resposta à L+Arte estava a falhar no seguinte: um Museu, ou os Museus, não têm que ceder e que se preocupar com os artistas (vivos), é da sua Natureza serem como são”
E eu respondi-lhe na altura:
“ Tens razão, mas este...ora bem, este é um Museu que não partilha a porra de coisa nenhuma com os artistas locais, excepto dando-lhes empregos ocasionais em part time e proporcionando-lhes a oportunidade de verem exposições big hits, trata a localidade como uma praga, e utiliza localidade como substituto de provincianismo...mas que abre portas para os palhaços...!!! O que é então da sua NATUREZA? Mostrar palhaços???”
Depois ainda me ocorreu pensar naquela pequena diferença: “O museu não é um centro cultural...”
Ou seja, os centros culturais podem ser ideologicamente comprometidos, ter programas de actividades invejáveis, revelar artistas fantásticos, podem expor e trabalhar seriamente com artistas locais, podem fazer gato sapato sem criar confusão no mercado, sem problemas de legitimar apostas frouxas, ...mas ainda não vi um centro cultural com PALHAÇOS...!!! e eu adoro Alerquins!
Afinal o que é da Natureza das instituições?
Acabei por dizer aos meus pais, pensando nos jardins e no Conde de Vizela: “Ide, mas levem um chapéu que está muito sol!”.
3. O telejornal (e eu que só queria ver a notícia do acidente numa barragem no Brasil) foi em directo do Museu. A cidade está vazia e vai para lá em romaria PORQUE toda a gente está ENTRETIDA (DE ENTRETENIMENTO) e sente que faz parte, que participa – mas não faz parte de nada, de coisa nenhuma se não tiver capacidade para ver com discernimento. Agonia-me, mas falta-me a distancia para ver de outra maneira.
4. E ontem fiquei nas escadas do Passos até tarde.
E lembrei-me vezes sem conta, a cada táxi que trazia alguém de fato escuro a acompanhar uma senhora de top, da noticia que li do jornal: que as instituições locais desprezam os artistas locais, dito precisamente pelo JF. Pelo mesmo que neste blog ESCREVEU quais eram os seus honestos e verdadeiros pensamentos sobre os artistas locais.
Irra, e logo agora, no ANIVERSÁRIO?!
5. O Roseira ligou-me no outro dia a perguntar se me podia entrevistar para a Câmara Clara de amanhã, coisa de 5 minutos, para se ouvir a minha opinião. PREFIRO NÃO O FAZER, respondi-lhe.
Disse que me viu na conferencia, no Museu, na leitura do texto...
DESSA VEZ (A PRIMEIRA) PENSEI ESTAR ACOMPANHADA, mas não estava. Resta-me alguma sensatez. E já TINHA respondido à outra revista. Deixem-me em paz.
6. Durante toda a minha fase escolar os relatórios consistiam do seguinte: pálida e tímida.
7. E sim, trabalhei e trabalharei para este Museu, sempre que acreditar no projecto. E recusarei quando for caso disso.
Por uma razão: acredito que é possível fazer trabalho tendo uma perspectiva crítica.
E, além do mais, trabalharei em qualquer lado desde que a minha liberdade de pensamento e discussão não seja posta em causa.
8. E sim, não entro no Museu.
9. ODEIO POLÍCIAS.
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Thursday, May 28, 2009
É verão.
A Li enviou-me uma história desenhada para ler.
Imprimi e vou colá-la na parede.
A Bronté é uma revisora de confiança.
Senti-me mais à vontade com os comentários dela sobre o texto.
Tive um sonho com o miúdo que apanha lixo do chão e arruma carros.
Atrás da praça dos Poveiros.
Disse-me que tinha umas cartolinas para me dar.
Depois disse-me que alguém se tinha esquecido de uns desenhos.
Fiquei emocionada, verdadeiramente.
No mesmo sonho fiquei com um mostruários de brincos de ouro na mão.
E não consegui devolver à loja.
Não tinha vontade sequer de ficar com eles.
Mas o dono da ourivesaria, o meu pai e mais uns senhores da mesma idade vieram cá a casa ver o Touro Enraivecido vestidos de roupão como quem vai para uma sauna.
Chegaram mais tarde uns amigos meus e bebemos café.
O resto do dia de hoje é esperar pelo final da tarde para sair.
Wednesday, May 27, 2009
É verão.
Passei todo o dia vestida de Patricia Highsmith.
Um calor infernal.
A Bronté já veio, trouxe filetes de peixes.
Não a acompanho há semanas.
Aproveitei para lhe dar o texto para as mãos.
Tirou apontamentos e passou-mo cheio de coisinhas a vermelho apontadas.
Vou ler e ver se me reconcilio com este texto e passo para a fase seguinte.
Daí a pensar publicar vai um grande passo.
Se for, a fotocopia estará bem.
A semana passada ia morrer numa gráfica, com três metros de papel em cima, e tive aqueles pensamentos infantis, e se...
Imaginava que seria reconciliador e depois pensei que melhor viva.
Para o caso de acordar com fome.
Ainda assim, prefiro.
Dormi no comboio, nas duas viagens.
Aparentemente há semanas que não digo nada.
Mas não posso fazer mais do que me é possível.
Falo pelos cotovelos, escrevo num blog, adoro os meus alunos,
Dedico-me a ler livrinhos,
Preocupo-me com o que escrevo aqui para ter cuidado com a exposição,
Consegui ter um blog generalista,
Não acredito na comunicação,
O Mário ainda por cima me contou uma história medonha sobre sapos e escorpiões,
Que naturalmente vai negar...
Sobre a natureza.
E eu não sei o que pensar sobre a parábola.
Tuesday, May 26, 2009
Monday, May 25, 2009
Sunday, May 24, 2009
Marão / Aranhão / Café / Fronteira...Fernão Magalhães / Canibalismo / Enjoo de conduzir / Pedir dinheiro para a portagem aos camionistas para chegar a algum sítio...Panteras acorrentadas num Hotel...Qualquer coisa extraordinária estava para acontecer / Olof Dreijer...Picos da Europa / Rio Luna / Montes com Espinhos
Nova imagem BF-------
Nova imagem BF-------
Thursday, May 21, 2009
Tuesday, May 19, 2009
Sunday, May 17, 2009
Poemas reconquistados da rua
Cantar as gotas a cair das rachas do tecto em cascata / Soprar o suor entre as coxas
Saturday, May 16, 2009
Thursday, May 14, 2009
ELDORADO
1. Comprei uma camisa branca igual à Patrícia Highsmith porque sei que os dons passam através dos objectos de artista para artista. É absolutamente necessária uma mesa e poder de invocação. Tal acontece através do fluxo da História.
2. A História em fotocópia é invocativa – carrega potencial.
3. Terra em transe ontem e hoje.
4. As minhas respostas
- De que forma o Projecto Serralves mudou o panorama artístico e museológico no Porto e no País?
I. Enquanto modelo de formação de públicos, entre quais o artístico, teve resultados semelhantes à educação escolar autoritária na qual estão salvaguardados os papéis de aluno e educador em esferas próprias.
II. A recente mudança na apresentação do Museu (ver site institucional) aponta promessas simpáticas, mas tardias, de apoio à afirmação de jovens artistas, tendo até agora contribuído apenas para o eterno retorno do mesmo, ou seja, neste caso, para a debilidade da arte e da cultura portuguesa. De referir a excepção do projecto Antena que tem dado cor ao projecto museológico. Ficaria satisfeita se a relação entre exposições vivas e exposições cadavéricas fosse de 10 para 1.
III. A ausência de um projecto interessante que se reconheça, e a neutralidade ideológica, retiram-lhe gradualmente relevância e interesse num contexto cultural internacional; assim, sem qualquer particularidade e motivo de atenção, a visita a Serralves é um item no circuito turístico.
- O que, na sua opinião, permitiu o seu sucesso?
I. A medida de avaliação do sucesso de um Museu não se devia basear apenas na averiguação do número de visitantes. Penso que é a este sucesso que se refere. Na minha opinião seria bem diferente se Serralves estimulasse o desenvolvimento e a diversidade cultural na cidade onde se localiza através de estratégias bem programadas, conseguisse criar interesse internacional na arte portuguesa contribuindo para o reconhecimento de artistas portugueses no circuito artístico internacional, tivesse um programa de actividades, para além das exposições, significativamente mais arriscado e mais experimental.
II. Que se entenda que comento o Museu com frequência por disciplina e atitude artística, exigindo o melhor para o sítio onde vivo e trabalho.
Qual foi o contributo de Vicente Todolí à frente do Museu na consolidação do projecto?
Serralves é hoje igual a Serralves da “Era Todolí”?
Não comento nomes.
Wednesday, May 13, 2009
Sumário dos Últimos dias:
Entrevista da L+Arte
Não leio a revista há um ano e tal. Pediram-me uma entrevista sobre o aniversário de Serralves...hum! normalmente penso que quando falo do assunto é tipo “pisar cocó”.
Tentei definir uma estratégia.
Escrevi qualquer coisa artística, do tipo mensagem codificada, mas o P disse que não se entendia – usava um cacto, uma capela funerária e um cão, como metáforas.
Fiquei desanimada porque como artista pensei que estava no bom caminho.
Depois tentei escrever seriamente, mas como escrevo pouco por natureza (onde estão as palavras certas!?) ficou incompleto.
Por último, hoje de manhã revi e estava mais preocupada com o conteúdo e já não com a forma. Decidi não falar de nomes.
Vou esperar pela hora de almoço e voltar a ler.
Já limei entretanto as arestas mais agressivas, retirei as metáforas e recusei-me a responder sobre nomes.
A ultima versão vem para aqui ou para a flecha que está parada.
Fui às lojas de livros da Rua das flores à procura de panfletos anarco-sindicalistas em Portugal (anos 20). O pacheco pereira tem tudo, o que não tem está queimado ou vale ouro.
Combinei com a rapariga que voltaria à loja para ela me mostrar uma máquina de impressão portátil usada pelos insurrectos. Ficou de me enviar uma sms.
Sai ontem com a Li e foi óptimo andar a pé pela baixa e cravar cigarros. Começamos a falar dos últimos dez anos do Porto, porque há dez anos estávamos entre fora e cá dentro – ou mais fora que dentro até! Comentamos e apontamos com o dedo: é novo, está velho, fechou, abriu, está feio...
Termino hoje uma proposta de trabalho para entregar.
Enquanto o Pedro termina uma sebenta da Bf.
Entrevista da L+Arte
Não leio a revista há um ano e tal. Pediram-me uma entrevista sobre o aniversário de Serralves...hum! normalmente penso que quando falo do assunto é tipo “pisar cocó”.
Tentei definir uma estratégia.
Escrevi qualquer coisa artística, do tipo mensagem codificada, mas o P disse que não se entendia – usava um cacto, uma capela funerária e um cão, como metáforas.
Fiquei desanimada porque como artista pensei que estava no bom caminho.
Depois tentei escrever seriamente, mas como escrevo pouco por natureza (onde estão as palavras certas!?) ficou incompleto.
Por último, hoje de manhã revi e estava mais preocupada com o conteúdo e já não com a forma. Decidi não falar de nomes.
Vou esperar pela hora de almoço e voltar a ler.
Já limei entretanto as arestas mais agressivas, retirei as metáforas e recusei-me a responder sobre nomes.
A ultima versão vem para aqui ou para a flecha que está parada.
Fui às lojas de livros da Rua das flores à procura de panfletos anarco-sindicalistas em Portugal (anos 20). O pacheco pereira tem tudo, o que não tem está queimado ou vale ouro.
Combinei com a rapariga que voltaria à loja para ela me mostrar uma máquina de impressão portátil usada pelos insurrectos. Ficou de me enviar uma sms.
Sai ontem com a Li e foi óptimo andar a pé pela baixa e cravar cigarros. Começamos a falar dos últimos dez anos do Porto, porque há dez anos estávamos entre fora e cá dentro – ou mais fora que dentro até! Comentamos e apontamos com o dedo: é novo, está velho, fechou, abriu, está feio...
Termino hoje uma proposta de trabalho para entregar.
Enquanto o Pedro termina uma sebenta da Bf.
Monday, May 11, 2009
Sunday, May 10, 2009
Com atraso de ver filmes no sofá e ler a enciclopédia das mulheres criminosas (as coisas que se lêem não lembram o diabo),
Sinopse do filme que vi no sofá: Uma filha da alta burguesia de residência lisboeta, Marta, deixa o marido. Fartou-se. Sabe que há coisas que já não lhe interessam e tenta vida nova. É hospedeira de terra numa companhia de aviação e modelo de uma agência de publicidade. Tem problemas de dinheiro e recorre a Vítor, para melhorar as coisas. Mas tudo piora. Vítor – um contrabandista a quem a vida já tudo ensinou e que já não tem esperança – agrada-lhe, conforta-a, mas não lhe dá nada do que verdadeiramente precisa. Certo dia, ele aparece morto. Culpa sua? Um descuido? E Marta prossegue, sempre de certo modo sozinha, o seu caminho, em busca de qualquer coisa, numa terra que não é bem a sua.
Respostas:
1. Os sapatos foram baratos e fazem agora de poster.
2. Manifestar cantando, só vale se assim for. Porque é honesto – expressão portuguesa que não designada nada mais nada menos que falta de jeito para se ser subserviente.
3. Os sapatos andaram por ai, a subir e a descer a Rua Passos Manuel. E um dia até escorregaram em frente ao supermercado.
Sinopse do filme que vi no sofá: Uma filha da alta burguesia de residência lisboeta, Marta, deixa o marido. Fartou-se. Sabe que há coisas que já não lhe interessam e tenta vida nova. É hospedeira de terra numa companhia de aviação e modelo de uma agência de publicidade. Tem problemas de dinheiro e recorre a Vítor, para melhorar as coisas. Mas tudo piora. Vítor – um contrabandista a quem a vida já tudo ensinou e que já não tem esperança – agrada-lhe, conforta-a, mas não lhe dá nada do que verdadeiramente precisa. Certo dia, ele aparece morto. Culpa sua? Um descuido? E Marta prossegue, sempre de certo modo sozinha, o seu caminho, em busca de qualquer coisa, numa terra que não é bem a sua.
Respostas:
1. Os sapatos foram baratos e fazem agora de poster.
2. Manifestar cantando, só vale se assim for. Porque é honesto – expressão portuguesa que não designada nada mais nada menos que falta de jeito para se ser subserviente.
3. Os sapatos andaram por ai, a subir e a descer a Rua Passos Manuel. E um dia até escorregaram em frente ao supermercado.
Friday, May 08, 2009
hoje o computador é emprestado
às 2 quando cheguei o contentor de água praticamente explodiu, o tecto estava rachado e gotejava.
(bronté não entre em pânico - meti as gatos num barco rumo ao outro lado do Oceano)
a minha casa é mesmo uma gruta
não desejo ocupar as mãos mais do que o necessário
a minha cabeça é mãos e pés
o instinto diz-me que a cabeça é um orgão para escavação, como o focinho e as patas de certos bichos
às 2 quando cheguei o contentor de água praticamente explodiu, o tecto estava rachado e gotejava.
(bronté não entre em pânico - meti as gatos num barco rumo ao outro lado do Oceano)
a minha casa é mesmo uma gruta
não desejo ocupar as mãos mais do que o necessário
a minha cabeça é mãos e pés
o instinto diz-me que a cabeça é um orgão para escavação, como o focinho e as patas de certos bichos
Tuesday, May 05, 2009
AOS CONCURSOS PUBLICOS
Tive um projecto para a Quinta da Prelada, mas nunca mais enviei.
Ia tentar fundir a obra do Machado de Assis e do Chesterton no projecto.
A literatura na origem do jardim.
Se pegasse na Emily podia usar a métrica dos poemas na disposição dos canteiros.
Mas eu ia mais longe: planeei um subterrâneo como aquele, também da literatura, onde espontaneamente nasceria cultura – ground zero.
Ora a outra Bronté está precisamente na Estónia a estudar jardins.
Anger, no Porto ou em Lisboa para onde parto de manhã às 6h.
POrrrivel, sairá na Zdv?
Latido de cachorro ficará temporariamente em desuso.
Outra novidade, passará a ser latido de coelho.
Partilho convosco o seguinte: "...as invenções mais recentes sobre subjugação dos sentidos, a imposição da vontade e a interpretação e transmissão dos pensamentos alheios. A tecnologia exposta neste livro, facílima de pôr em prática até pelos mais inexperientes neófitos, consegue fazer brilhar, como inexcedíveis talentos, as raparigas e os rapazes, mesmo inexperientes nas ciências da ilusão!""
Ia tentar fundir a obra do Machado de Assis e do Chesterton no projecto.
A literatura na origem do jardim.
Se pegasse na Emily podia usar a métrica dos poemas na disposição dos canteiros.
Mas eu ia mais longe: planeei um subterrâneo como aquele, também da literatura, onde espontaneamente nasceria cultura – ground zero.
Ora a outra Bronté está precisamente na Estónia a estudar jardins.
Anger, no Porto ou em Lisboa para onde parto de manhã às 6h.
POrrrivel, sairá na Zdv?
Latido de cachorro ficará temporariamente em desuso.
Outra novidade, passará a ser latido de coelho.
Partilho convosco o seguinte: "...as invenções mais recentes sobre subjugação dos sentidos, a imposição da vontade e a interpretação e transmissão dos pensamentos alheios. A tecnologia exposta neste livro, facílima de pôr em prática até pelos mais inexperientes neófitos, consegue fazer brilhar, como inexcedíveis talentos, as raparigas e os rapazes, mesmo inexperientes nas ciências da ilusão!""
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