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Pelo menos este espaço que me sirva para abrir caminhos ou nada mesmo:
1. Deitei-me entre as quatro e as cinco simplesmente porque a noite estava agradável. Estivemos a vaguear entre colinas.
2. Hoje de manhã fui à casa dos meus pais almoçar.
Pai virado para a mãe enquanto vê o telejornal:
“Estão palhaços na televisão, é no Museu, vamos lá de tarde!?”
Ao que a mãe responde:
“Claro!”
E eu pensei:
“a minha irmã lembrou-me que na minha resposta à L+Arte estava a falhar no seguinte: um Museu, ou os Museus, não têm que ceder e que se preocupar com os artistas (vivos), é da sua Natureza serem como são”
E eu respondi-lhe na altura:
“ Tens razão, mas este...ora bem, este é um Museu que não partilha a porra de coisa nenhuma com os artistas locais, excepto dando-lhes empregos ocasionais em part time e proporcionando-lhes a oportunidade de verem exposições big hits, trata a localidade como uma praga, e utiliza localidade como substituto de provincianismo...mas que abre portas para os palhaços...!!! O que é então da sua NATUREZA? Mostrar palhaços???”
Depois ainda me ocorreu pensar naquela pequena diferença: “O museu não é um centro cultural...”
Ou seja, os centros culturais podem ser ideologicamente comprometidos, ter programas de actividades invejáveis, revelar artistas fantásticos, podem expor e trabalhar seriamente com artistas locais, podem fazer gato sapato sem criar confusão no mercado, sem problemas de legitimar apostas frouxas, ...mas ainda não vi um centro cultural com PALHAÇOS...!!! e eu adoro Alerquins!
Afinal o que é da Natureza das instituições?
Acabei por dizer aos meus pais, pensando nos jardins e no Conde de Vizela: “Ide, mas levem um chapéu que está muito sol!”.
3. O telejornal (e eu que só queria ver a notícia do acidente numa barragem no Brasil) foi em directo do Museu. A cidade está vazia e vai para lá em romaria PORQUE toda a gente está ENTRETIDA (DE ENTRETENIMENTO) e sente que faz parte, que participa – mas não faz parte de nada, de coisa nenhuma se não tiver capacidade para ver com discernimento. Agonia-me, mas falta-me a distancia para ver de outra maneira.
4. E ontem fiquei nas escadas do Passos até tarde.
E lembrei-me vezes sem conta, a cada táxi que trazia alguém de fato escuro a acompanhar uma senhora de top, da noticia que li do jornal: que as instituições locais desprezam os artistas locais, dito precisamente pelo JF. Pelo mesmo que neste blog ESCREVEU quais eram os seus honestos e verdadeiros pensamentos sobre os artistas locais.
Irra, e logo agora, no ANIVERSÁRIO?!
5. O Roseira ligou-me no outro dia a perguntar se me podia entrevistar para a Câmara Clara de amanhã, coisa de 5 minutos, para se ouvir a minha opinião. PREFIRO NÃO O FAZER, respondi-lhe.
Disse que me viu na conferencia, no Museu, na leitura do texto...
DESSA VEZ (A PRIMEIRA) PENSEI ESTAR ACOMPANHADA, mas não estava. Resta-me alguma sensatez. E já TINHA respondido à outra revista. Deixem-me em paz.
6. Durante toda a minha fase escolar os relatórios consistiam do seguinte: pálida e tímida.
7. E sim, trabalhei e trabalharei para este Museu, sempre que acreditar no projecto. E recusarei quando for caso disso.
Por uma razão: acredito que é possível fazer trabalho tendo uma perspectiva crítica.
E, além do mais, trabalharei em qualquer lado desde que a minha liberdade de pensamento e discussão não seja posta em causa.
8. E sim, não entro no Museu.
9. ODEIO POLÍCIAS.
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