Friday, March 21, 2008





1. (continuação do post anterior)
O plano era ir à inauguração da Patrícia. Não cheguei a ir. Uma pena porque gosto imenso do brilho das inaugurações. Gosto do brilho que o artista tem nesse dia e a disposição dos visitantes. É irrepetivel. Depois desse momento a exposição (no geral) vive, mas já só temos as obras e o silêncio – no Rjacinto já não acontece isso. Gostei da exposição. Na entrada uma cortina de emails recortados, cheios de imagens e trocas de mensagens que eu não entendo. Os vídeos eram muito bonitos e foi uma boa escolha colocar aqueles monitores completamente obsoletos. As unhas cresceram um bom pedaço. A Patrícia foi a primeira rapariga agarrada a uma lata de spray rosa que vi e que disse: “Uauuu! Quem é aquela rapariga?”. Mas já foi há muitos anos.

2.
O Chiado estava fechado e cheguei a temer pela minha tarde. Tolerância de ponto.

3.
The Fall da Frances.
Frances, keep falling!
A exposição é desconcertante como poucos artistas são capazes de fazer/ser. “Ora toma!”, pensei eu, que aspirei chegar a um ponto destes – ponto caramelo escuro, muito depois do ponto pérola! Tal é o impacto - pelo quase vazio, pela fragilidade e pelo tosco formal, sempre a lembrar alguma coisa que ficou a meio – que lhe dei toda a minha atenção. Identifiquei as referências - estavam num powerpoint simples e bem conseguido como peça em si e como auxílio à leitura das outras.
Entendo quem não goste nada do que vai encontrar, mas vale muito a pena dar-lhe uma tarde de tarefas domésticas (como a minha seria) e partilhar coisa partilháveis, coisas boas, chá quente e conversas sobre almofadas. Eu fiquei a trocar impressões com a Frances (com o que ela diz no que faz) sobre a monumentalidade de certas obras, sobre os espaços de exposição, sobre o espaço doméstico (e o atelier), sobre quartos “que sejam seus” e sobre a grandeza das coisas pequenas.

4.
O Rjacinto é o arquitecto, certo? Não, não era ele, mas acenta que nem uma luva na dupla: o arquitecto e a dona de casa. O arquitecto ocupa o grande espaço e parece que as peças vão sair dali e furar as paredes. E os designers do universo (futuro!), vão fazer o catálogo? Quero saber mais.

5. Saí com a Frances e chateei-me com a teimosia em rondar o assunto e negá-lo! “Menina Frances, não se acanhe (se for esse o caso) e não se preocupe em usar palavras, a Virgina usou-as e não ficou para trás por isso”.
Que diria a Griselda, a própria Virgina e tantas outras que que foram invocadas...que não se mencione a palavra, vá, mas que a negue, não que é feio.

6. Voltei sem pregar olho.

7. Blogues vizinhos celebram a primavera: http://dareceber.blogspot.com/.

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