Tuesday, April 29, 2008
Monday, April 28, 2008
1. Uma velhinha, esposa do cônsul, vestida de chinesa, disse-me um dia, num jantar, que “isto não é fácil! aliás é bem difícil, se não fosse assim aceitávamos a arte chinesa! E lá está não é bem assim...eles não entram por cá dentro, a arrebentar o mercado sem mais nem menos”.
2. Cheguei finalmente àquela metade do ano durante a qual me apetece ir trabalhar.
(Obrigada aos 33 que tornam este momento tão importante para mim)
3. Tenho que pensar numa questão sobre desenho que seja polémica. Até agora, de dentro (talvez coração ou fígado) e cheio de força só me ocorre dizer que desenhar é a única coisa que faço sozinha, com poucos meios e sem depender emocionalmente de ninguém. Mas isto não é nada irritante.
4. Às vezes tenho maus pensamento mas não faço nada por isso – nem contra isso.
Sunday, April 27, 2008
ORIENTA-TE PENINHA
1. O que eu penso sobre isto? Pois, é que algumas pessoas que eu conheço enviam SPAM. Nem mais, como part-time. Passam demasiado tempo na Web e alguém tem que o fazer, por isso é natural que nos calhe alguém que se conhece.
2. Citar o meu blog incorrectamente, sucks. Não me levo assim tanto a sério, mas é necessário conquistar de vez em quando alguma privacidade e não me apetece que usem o que vasculharam aqui, para chapar cretinices noutros sítios.
3. Sobre as mentiram, não há - apareceram pessoas simpáticas e eu estava bem acompanhada; apresentei desenho, por isso bye bye fotografias apelativas; fora do centro não se está bem, mas às vezes sabe que nem uma ginja; os custos de produção descem a olhos vistos cada vez que exponho, mesmo que isso não seja realmente importante.
1. Recomeço o post.
2. Ontem à noite, foram-se apresentar os Calhau ao senhorio e puseram-me a salivar com o “Ocidente... orienta-te...”; não me lembro muito da música, mas era maravilhosamente cantada.
3. “É uma peninha seres um pateta!”, é o que eu estou a pensar depois de um fim de semana a imaginar os posts que ia colocar aqui.
Friday, April 25, 2008
1. Ofereço um cd, com desenhos a marcador na frente e legenda, a quem desejar ter a minha playlist de Óbidos.
2. Voltamos todos entre Sábado e Domingo, de um sítio destes, Lisboa, Coimbra ou Figueira.
3. “Feeling yourself disintegrate”, dos FL, reapareceu na selecção das músicas. Não há mais verdade no mundo.
Thursday, April 24, 2008
Wednesday, April 23, 2008
.TONY..CRAGG.
1. A que se deve tanta companhia? Estou surpreendida pelas visitas! Regra geral este sítio é bastante sossegado.
2. A próxima exposição faz-me pensar em pequenas mentiras, bastante bonitas, vendo-as em retrospectiva. Farei uso delas com orgulho, mantendo o bolor da tradição.
a= A quantidade de visitantes é sempre falsificada. Acontece mais vezes na música (penso eu), pelo menos são históricos os concertos com uma pessoa na assistência. E o que é que isso significa face à qualidade? Nada. De qualquer maneira, acho que se deve manter sempre o bom humor e, acima de tudo, a qualidade, quando se tem pela frente um número fraquinho de audiência.
b= A montagem de uma exposição é pensada em função do registo. Sim, claro; não e talvez. Uma coisa é certa quando apresento desenho é um problema: no sítio parecem óptimos; nas fotografias ficam ilegíveis e sofrem uma enorme perda de qualidade. É um problema mais que uma mentira. O melhor para a fotografia é, sem dúvida, a performance – é sempre o risco a coragem de um corpo exposto.
c= Custos de produção. Não sei se esta conta, porque afinal, sobre isto eu nunca menti!
d= Mentira necessária e provavelmente, usada pelo próprio para se enganar – “estar descentrado até é porreiro porque é mais calmo!”, Ha, Ha, Ha.
3. Ontem, durante o sono, lembrei-me que uma amiga minha tinha animais empalhados na sala de jantar – um mocho, uma raposa, uma águia e um coelho. Penso que só existiam de facto dois destes animais. Podem escolher quais, porque eu não me lembro e também não tem importância. E mais, a vizinha do lado tinha uma tartaruga gigante tambem empalhada no Hall. Eu desta lembro-me bem. Fiquei sempre à espera que abrisse os olhos.
4. Um dia vi uma escultura do Tony Cragg. Um farol em cimento. E foi das mais bonitas esculturas que eu vi - O orgulho do proprietário.
Monday, April 21, 2008
BBBBBBRRRRHHHHH!
1.
girls are dreaming about enormous machines
Existem muitas razões para desenvolvermos como actividade uma tarefa aparentemente inútil. Actividade, no sentido em que sistematicamente a repetimos com a seriedade de um compromisso com o próprio ou com a sociedade. A descrição das boas razões fica para mais tarde ou para o especialista - algo que não é o meu forte. A actividade a que me refiro, sem ainda lhe dar nome, serve-me como espaço de expansão, a partir do qual cresço sem limitações, sem regras e ditados e dedos apontados.
Penso que ao fraquejar, vence sempre a força da vontade. No passado – talvez pressionada pelo lado mais concreto das coisas, talvez iludida por outras solicitações mais sérias - eu disse que esta actividade, não me interessava, que mal me satisfazia. Aconteceu, que a certa altura, encontrei-me com muita vontade de retomar experiências inconclusivas. Dei-me conta que é das poucas actividades que me entretêm e iludem. E a ilusão é boa.
Sunday, April 20, 2008
1. Na próxima sexta-feira bebo e como ginjas em Óbidos. 2. Às 18h inaugura a minha exposição “Girls are dreaming about enormous machines”, no mesmo sítio das ginjinhas. A cidade dentro das muralhas é pequena. Tem algumas particularidades – os anúncios são todos feitos à mão (incluindo o MB, os CTT e até o BPI); há mais câmaras de vigilância em ruas de 2m de largura que no centro do Porto; uma especialidade na ementa é o creme de tomate (mas se se perguntar a origem, é “instantâneo”), entre outras. 3. Sobre a exposição, deve ter umas duas estrelas! Não, não, quero pelo menos, uma bola preta! Que rola melhor! 4. Único objectivo deste post – convidar-vos a passar por lá. 5. O meu itinerário para o fim de semana é passar lá o 25 de Abril, dia que inaugura, dia 26 passear por Lisboa. Digam-me coisas.
Para o JMP,
Com o desenho passei por uma fase em que andava contrariada, logo depois de ter contrariado toda a gente. Agora estou virada do avesso.
Tudo começou ao ver um grupo de turistas americanos e canadianos na parte velha da cidade. Uns com um caderno numa mão e um leque de canetas-pincel na outra, outros com máquinas fotográficas, outros boquiabertos a olhar para um letreiro de chapa ainda pintado à mão e os restantes a partilhar ideias com o jovem guia. Estes foram os primeiros profissionais criativos que eu vi. A profissão deles era desenhar e eram, aparentemente, felizes por isso. Evidentemente que foi isto o que eu passei a querer ser através do fazer, por as mais diversas razões: pelos desenhos em si, pelo público, pelas exposições e pelos festivais e principalmente pela forma de estar – acordar e desenhar, adormecer a desenhar.
Não foi difícil adaptar-me ao que imaginara, uma vez que eu já tinha todos os materiais dentro de mim: era adolescente tardia, vinte e alguns anos, vivia com os meus pais e não se passava nada de realmente interessante nem comigo, nem com os meus amigos, muitas vezes não saia de casa e ainda por cima desconfiava que talvez estivesse a enamorar-me por alguém que, por aborrecimento (não há outra explicação), vivia uma vida ainda mais pálida que a minha. Devo ter passado assim um Verão e um Inverno.
Poderia justificar de muitas maneiras porque comecei a desenhar, mas se calhar a mais óbvia, e antes mesmo de passar pelo estilo de vida (aquele sucesso era de facto apelativo), é porque tinha coisas para dizer. E a forma de dizer que eu escolhi implicava que eu fosse directa, literal, concreta, pouco equívoca, honesta e absurdamente fiel aos meus devaneios. E assim aconteceu até ter voltado à escola.
A minha convicção de que estava no caminho certo tornava-se mais forte à medida que produzia (ainda que muito pouco) e que respondia às solicitações. Daí os risinhos sempre que ouvia “...a força da mancha, da linha, da cor...”. A minha timidez dava-me para isto, para ridicularizar, entalada entra cacifos, quem não era como eu ou como os outros com quem eu me identificava - o meu contrariar não era totalmente deselegante, vá lá, se fosse, teria agora mesmo muita vergonha.
Fora da escola, quando esta tinha terminado, passei a ser um género de “gruppie” relaxada do meio. Tinha tempo e produzia ainda menos. Surgiram as dúvidas, que recaiam sobre a capinha preta dos desenhos, e deparei-me com algumas contrariedades inesperadas – “nós gostaríamos de publicar se tivesses um estilo mais tipicamente português”; “muito feminino, estamos cansados de vaginas e amores”; “se fizesse mais sentido...”. Por estes dias intrometi-me numa conversa aberta ao público com o Charles Burns (ora, nem mais, rica surpresa) e ele deve (!) ter dito isto: “a adolescência é um paraíso perdido ao qual tentamos voltar e a isto se resume o meu trabalho”.
A bola de neve (pouco branca, como a neve costuma ser) em que me meti, levou-me a entrar e a sair do que imaginei que podia ser um modo de vida (e uma profissão) uma série de vezes, mas vendo do exterior, continua a parecer-me brilhante.
E o que tem de brilhante para mim é que alguns ainda são capazes de voltar à adolescência e torná-la comunicável.
Com o desenho passei por uma fase em que andava contrariada, logo depois de ter contrariado toda a gente. Agora estou virada do avesso.
Tudo começou ao ver um grupo de turistas americanos e canadianos na parte velha da cidade. Uns com um caderno numa mão e um leque de canetas-pincel na outra, outros com máquinas fotográficas, outros boquiabertos a olhar para um letreiro de chapa ainda pintado à mão e os restantes a partilhar ideias com o jovem guia. Estes foram os primeiros profissionais criativos que eu vi. A profissão deles era desenhar e eram, aparentemente, felizes por isso. Evidentemente que foi isto o que eu passei a querer ser através do fazer, por as mais diversas razões: pelos desenhos em si, pelo público, pelas exposições e pelos festivais e principalmente pela forma de estar – acordar e desenhar, adormecer a desenhar.
Não foi difícil adaptar-me ao que imaginara, uma vez que eu já tinha todos os materiais dentro de mim: era adolescente tardia, vinte e alguns anos, vivia com os meus pais e não se passava nada de realmente interessante nem comigo, nem com os meus amigos, muitas vezes não saia de casa e ainda por cima desconfiava que talvez estivesse a enamorar-me por alguém que, por aborrecimento (não há outra explicação), vivia uma vida ainda mais pálida que a minha. Devo ter passado assim um Verão e um Inverno.
Poderia justificar de muitas maneiras porque comecei a desenhar, mas se calhar a mais óbvia, e antes mesmo de passar pelo estilo de vida (aquele sucesso era de facto apelativo), é porque tinha coisas para dizer. E a forma de dizer que eu escolhi implicava que eu fosse directa, literal, concreta, pouco equívoca, honesta e absurdamente fiel aos meus devaneios. E assim aconteceu até ter voltado à escola.
A minha convicção de que estava no caminho certo tornava-se mais forte à medida que produzia (ainda que muito pouco) e que respondia às solicitações. Daí os risinhos sempre que ouvia “...a força da mancha, da linha, da cor...”. A minha timidez dava-me para isto, para ridicularizar, entalada entra cacifos, quem não era como eu ou como os outros com quem eu me identificava - o meu contrariar não era totalmente deselegante, vá lá, se fosse, teria agora mesmo muita vergonha.
Fora da escola, quando esta tinha terminado, passei a ser um género de “gruppie” relaxada do meio. Tinha tempo e produzia ainda menos. Surgiram as dúvidas, que recaiam sobre a capinha preta dos desenhos, e deparei-me com algumas contrariedades inesperadas – “nós gostaríamos de publicar se tivesses um estilo mais tipicamente português”; “muito feminino, estamos cansados de vaginas e amores”; “se fizesse mais sentido...”. Por estes dias intrometi-me numa conversa aberta ao público com o Charles Burns (ora, nem mais, rica surpresa) e ele deve (!) ter dito isto: “a adolescência é um paraíso perdido ao qual tentamos voltar e a isto se resume o meu trabalho”.
A bola de neve (pouco branca, como a neve costuma ser) em que me meti, levou-me a entrar e a sair do que imaginei que podia ser um modo de vida (e uma profissão) uma série de vezes, mas vendo do exterior, continua a parecer-me brilhante.
E o que tem de brilhante para mim é que alguns ainda são capazes de voltar à adolescência e torná-la comunicável.
Friday, April 18, 2008
KENNETH ANGER
É mais conhecido por aparecer (sempre) como referência nos ciclos de cinema organizadas pelos “caixas de óculos” das Escolas de Arte. Para mim tornou-se, muito recentemente, em apenas um nome - invejo-o. Do meu ninguém se lembra, mas isso é o menos. Ter (escolhido) um nome que lhe caia tão bem na personalidade, é outra história. O imaginário dele é o do nosso futuro melhor amigo – já não há muito tempo porque ele vai morrer em Novembro (é o que ele diz!). O Scorpio Rising tem muito valor; Kustom Kar Kommandos, é a lembrança que o tunning tem uma longa história e que devia ser registada – “customized cars – very famous among young people!”.
Recebi por correio uma cadeira de 2cm, uma vela (um pouco maior), um bilhete, um marcador preto e 5 cds. Não tenho tempo para ouvir os cds todos, nem para gastar a caneta. Por isso, seguindo uma nova estratégia deveres/haveres, não comprarei mais cds até gastar estes, nem canetas até esta se esgotar. Perto do ano 2000, deixei de comprar roupa nova. Achavam estranhas as misturas. Fiquei com alguns vícios e agora, de vez em quando ainda reparam que tenho falta de gosto...Bhaaa! Pois, eu penso que quer na altura, quer agora, tenho um excelente bom gosto para toilettes.
Ontem um conjunto de raparigas, com o Carolina Michaelina Complexa, vinham no metro, sentadas à minha frente. Duas a duas, frente a frente, uma repara que a da frente tem uma saca de uma loja de acessórios para bailarinas (ballet clássico) e diz-lhe: “então tu fumas e drogas-te e andas no ballet!?” – palhaçada total. Excelente sentido de humor.
A propósito de excesso de consciência: em excesso faz mal, pouca é que capaz de não fazer mal nenhum, alguma é fundamental.
A pergunta é: “porque é que ela ainda não desenha em vez de escrever para o blog?” – porque as mãos pensam das duas maneiras.
Thursday, April 17, 2008
WORKING CLASS HERO
1. Talvez já seja demais...
O que ficou como registo das aventuras foram os bilhetinhos e as cartas. Hoje não faz sentido este hábito de guardar madeixas de cabelo, lencinhos, rosas secas, papelinhos obscenos, bilhetes da ópera, e por ai fora, mas têm-me falado de sms realmente ousadas. Ontem passei a tarde, numa linha paralela a estar no bar fbaup a discutir hot-topics, a ir às aulas e tratar de assear a minha habitação, a pensar em mensagens tipo SPAM, dirigidas a alguém imaginário. Aliás, tudo começou com uma conversa electrónica, entre mim e a yoko sobre precisamente isto. A Yoko já era uma grande poeta na altura! Tirei apontamentos das minhas ideias e não é nada fácil. É, contudo, um bom exercicio ao qual me vou entregar nos próximos dias.
2. João, o teu texto está quase pronto, manda-me um email se estiveres com urgência em recebê-lo. Estou a pensar em publicá-lo aqui. Bom trabalho na montagem.
Tuesday, April 15, 2008
1. Segundo dizem a Kane era uma ladra. Nisto é parecida com a Acker, mas ainda assim, pelo perfil, é mais a Princesa Diana.
2. Foi a melhor de três interpretações da mesma peça. Vai ser difícil superar esta.
3. A fotografia recorda-me outra pessoa.
4. No roubo só mesmo a Acker que ainda é mais agressiva e descarada.
“Tomem lá o vosso D. Quixote”.
É quase como riscar os livros dos pais ou dos irmãos, colar-lhes umas imagens, e olhar para as folhas, à distancia do braço, e dizer: “Agora está muito melhor!”
5. A hora marcada, 4.48, é a hora da insónia mas estava lá um senhor embrulhado numa gabardina a dormir profundamente. Eu não conseguia fazer o mesmo porque estava muito concentrada, mas acredito que ele e a gabardina estivessem lá embrulhados pela quarta vez.
6. O Senhorio tem festival da canção, mas não é da sinceridade – o que não quer dizer que haja por lá falta de sinceridade.
7. A sinceridade chegará um dia deste verão.
8. Jelinek já não empata com Bachmann; ganha-lhe.
9. A última crónica.
Sunday, April 13, 2008
THE DOG OF LANGUAGE SNAPPING AT MY HEELS
1. Mil Klossowski a um Balthus;
2. Empate para Bachmann e Jelinek;
3. “Cidade Queimada” de Cesariny igualmente empatada com “Ciudad Conflictiva” dos Eskorbuto.
4. Perante os dados, nem sempre a formulação do problema é a mais correcta.
5. “Scarlett kisses and tells”, o spam reconsiliou-me com a poesia. Nisto há uma beleza infinita!
Friday, April 11, 2008
1. A Yoko disse-me que este blog por vezes parecia um pouco tristonho. Então eu pensei num post mais animado, mas já vai começar mal: a roseira morreu e eu voltei a deixar de acreditar que sou responsável e perfeitamente capaz de preservar a vida de um planta – quanto mais a de um animal, mesmo que eu não valorize mais uma que outra.
2. Para animação total e com garantia de absoluta de satisfação aqui
[T-shirt pony e gritinhos pré-flanela, vestido Mondrian Blanco, e os sapatinhos que já vinham do Planeta Claire – aliás da lagosta é um pulinho até à Claire)
3. Os cactos não são bons exemplos.
4. A minha irmã está em digressão (neste momento está em Genebra) e o quarto dela cheira a mofo porque está desocupado e sem visitas há um mês. O casaco de pelúcia, feitio leopardo, continua esticado em cima da cama, tal como o deixou. Se ela cá estivesse, tinha reparado que a roseira estava a precisar de água. E também tinha tratado melhor da casa - que está com mais problemas de manutenção do que antes.
5. Um dia, troquei três ordenados mínimos por um. Um dia, senti o que deve ser humor negro. Um dia, há uns anos, uma amiga pensava que estava grávida e eu pensei que era a mãe. Um dia um amigo, de um amigo meu, veio cá e eu ofereci-me para lhe mostrar a cidade, fui a sítios onde nunca tinha estado antes e desde então tenho mais amigos. Um dia encontrei os filtros e os efeitos especiais e passei a ler o spam com atenção.
Wednesday, April 09, 2008
ARTIST'S INSECURITIES
1. Falar sobre arte é muito complicado porque é praticamente impossível falar sobre arte sem haver um imposição discursiva de qualquer ordem. Em diferentes situações assisti ao bloqueamento dos espíritos mais fortes que têm sempre uma resposta pronta a disparar. A arte, para muitos, foge aos discursos, e daí a sua mais valia. Está para além deles e sobrevive a todos. Talvez como a poesia, pela complexidade e pelo escape constante à definição (a mais linear: a porque b), torna-se (porque fugitiva) inalcançável. Para outros, já não é bem assim, falar sobre arte é falar sobre a vida dos artistas numa versão mais pobretanas de Vasari. Por vezes chega a ser previsível a aplicação das regras “constitucionais” dos bandos do liceu, “diz-me com quem andas que eu digo-te quem tu és”! Para outros a melhor opção (se chega a ser uma escolha ou uma visão natural e mais objectiva que a anterior) é falar da arte pelo contexto em que se insere, pelo sistema artístico e cultural, pela economia e a política que a circunda. Não há necessariamente branco e negro, muitas vezes funcionamos com cinzentos em diferentes escalas. E os artistas do que falam quando falam sobre arte? Aliás, começa pelo que vemos e muitas vezes eu não sei o que estou a ver.
2. Imagino uma experiência nestes termos: o centro é a obra e é representado por um círculo compacto e pequeno; daí partem anéis que crescem do centro para fora. Esta imagem representa a obra e o seu contexto/sistema. A minha pergunta é “para onde devemos olhar e considerar?”. Se for para a obra e para os anéis perto do centro que devemos olhar, quer dizer que os artistas devem tomar as suas tarefas como funcionários exemplares de um território específico do qual só eles, privilegiados, se devem ocupar. Deixando de lado preocupações que outros, por estarem mais à vontade, por formação académica e/ou interesse, devem ter.
3. E se olharmos de longe e virmos um pouco mais, estaremos a ser desleais à arte que afinal pouco devia ter a ver com política, economia, marketing e tudo mais? E se ainda assim quisermos projectar à distância e ver tudo isto, 180 graus no mínimo e apanhar tantos anéis quantos for possível?
4. A minha inquietação é esta e não é nada fácil: a obra do Bruce Nauman e/ou a inauguração em Serralves?
5. A fantasia sobre a “vida dos outros”, que uns mais que outros consomem, por exemplo nas últimas páginas das revistas de arte, (agora também em Portugal) estará presente em ambas as posturas. É terrivelmente humana a forma como nos protegemos através do escárnio e da difamação do outro. Não só faz parte da nossa vida social como pode ser até motivo de aproximações (nem sempre afastamentos) - o problema é que às vezes não há mais que isto.
Tuesday, April 08, 2008
Sunday, April 06, 2008
Saturday, April 05, 2008
On a silent summer evening
The sky's alive with light
Building in the distance
Surrealistic sight
On Echo Beach
Waves make the only sound
On Echo Beach
There's not a soul around
"Although Mark Gane was not aware of a real "Echo Beach" when he wrote the song in 1978, several people wrote to him asking if it was about a beach in their local area. However, Echo Beach, as mentioned in the song, does not refer to a real beach but is rather a symbolic notion of somewhere the narrator would rather be, somewhere 'far away in time'. In reality, the song was thought of while Gane was working checking wallpaper for printing faults. He found this rather dull and his mind drifted to times he would rather be reliving. One such time was an evening spent at Sunnyside Beach on the shoreline of Lake Ontario in Toronto in summer."
"While I was a student at the Ontario College of Art, I got a job one summer at a paint and wallpaper factory. Whenever the huge wallpaper presses made errors in the printing run, it was my job to separate the good wallpaper from the stuff that had been damaged or misprinted. It was the kind of job where your head didn't have to know what your hands were doing, which allowed me to think and daydream for hours at a time. I often thought of places I had been or would like to be - anywhere but there! It was there that the germ of the song was born. Since the idea of a wallpaper quality control checker was too obscure for the lyrics, I used an office clerk which seemed more universal. Most of the second verse was inspired by a summer's evening spent at Sunnyside Beach on the shoreline of Lake Ontario in Toronto. The lake and beach could have been in the middle of nowhere while the city behind
became a "surrealistic sight".
While Echo Beach did not exist for me as a real location, I used it as a symbol of the place everyone wants to escape to when they're not where they want to be.
Mark Gane"
COME AS YOU ARE
1. Comer peixe facilita a memória. Às custas desta verdade aumentei o meu consumo de peixe para o triplo, assim como toda a família. Comer peixe é muito mais divertido que comer carne e o peixe tem também mais variedade de sabores. No entanto os animais confundem-me. Eu queria um gato, mas comprei um aquário onde também queria colocar um peixe. Mas os outros moradores da casa disseram-me que o aquário era muito pequeno e que seria um atentado à vida do animal dar-lhe como destino o recipiente de 15cm de diâmetro. Então, começamos a colocar lá as contas do mês. É necessário explicar que o aquário é muito pequeno, mas que é uma peça decorativa lindíssima, com umas garças a rodear a taça de vidro. Como gatos e peixes são inconciliáveis, voltei à ideia de ter um gato, uma vez que ter um peixe não era possivel. Desta vez, os meus colegas explicaram-me que talvez fosse melhor fazer um teste à minha responsabilidade e ter primeiro flores e plantas e se elas não morressem logo na primeira semana, possivelmente seria capaz de ter um gato. Entretanto apareceu lá em casa um gato ao qual alimentamos com o peixe que sobra da casa dos meus pais onde comemos (agora) doses imensas de peixe....Ahhhhh! Parece um pesadelo entre peixes e gatos...e também plantas.
2. Um dia fui comer peixe com um tipo nitidamente (do tipo) Modernista na Foz que fez um comentário sobre uns miúdos que passavam com uma toalhinha cada, para se esfregarem na areia: “estes pobres infelizes são insuportáveis!”. Sei que entretanto me seduz fazer desenhos abstractos, pensar no indizível e no intraduzível e até tenho uma certa (com)paixão pelo Picasso, mas esta ficou-me atravessada e nunca mais quis sair com ele. Faltaria explicar porque é que eu lhe chamo Modernista, mas isso demoraria um eternidade porque este é, ainda por cima, cego. [Chamar cego a um Modernista!]
3. O dinheiro e o tempo estão-me a bloquear as ideias. Parece que tenho uma paralisia na boca, que passa aos temporais e sobe aos frontais. A pressão que me atinge impede-me de levar o “boat foward”!
4. Hoje ainda é Verão (na segunda desaparece) e já não vejo a hora de ir para a praia à noite, improvisar bikinis e entrar na água com sapatilhas – eu sou das que tem nojo do fundo do mar.
5. No Verão passado queria ter feito uma performance na praia – que sorte que não se faz tudo o que se pensa; que pena que às vezes se perdem boas oportunidades de se concretizarem boas ideias.
6. Se eu tivesse uma rádio diria: “aproveitem a tarde para não fazerem nada de industrialmente produtivo e se possível não façam ninguém lucrar com o vosso tempo livre!”.
2. Um dia fui comer peixe com um tipo nitidamente (do tipo) Modernista na Foz que fez um comentário sobre uns miúdos que passavam com uma toalhinha cada, para se esfregarem na areia: “estes pobres infelizes são insuportáveis!”. Sei que entretanto me seduz fazer desenhos abstractos, pensar no indizível e no intraduzível e até tenho uma certa (com)paixão pelo Picasso, mas esta ficou-me atravessada e nunca mais quis sair com ele. Faltaria explicar porque é que eu lhe chamo Modernista, mas isso demoraria um eternidade porque este é, ainda por cima, cego. [Chamar cego a um Modernista!]
3. O dinheiro e o tempo estão-me a bloquear as ideias. Parece que tenho uma paralisia na boca, que passa aos temporais e sobe aos frontais. A pressão que me atinge impede-me de levar o “boat foward”!
4. Hoje ainda é Verão (na segunda desaparece) e já não vejo a hora de ir para a praia à noite, improvisar bikinis e entrar na água com sapatilhas – eu sou das que tem nojo do fundo do mar.
5. No Verão passado queria ter feito uma performance na praia – que sorte que não se faz tudo o que se pensa; que pena que às vezes se perdem boas oportunidades de se concretizarem boas ideias.
6. Se eu tivesse uma rádio diria: “aproveitem a tarde para não fazerem nada de industrialmente produtivo e se possível não façam ninguém lucrar com o vosso tempo livre!”.
Friday, April 04, 2008
Wednesday, April 02, 2008
WOMEN ARE ATTRACTED TO GIANTS
Depois de dois posts sob o mesmo tema, um de curtas verdades para variar-
1. SpamPoetry é escrita criativa.
2. Acho esta imagem adorável: “Um Pierrot extremamente triste e cansado caminha pela berma da auto-estrada a pedir boleia. Está a chover”.
3. Converti-me às roseiras e à poesia. Tarde demais.
4. A felicidade é dos que se sabem entreter sozinhos – ocorreu-me hoje ao final da tarde.
1. SpamPoetry é escrita criativa.
2. Acho esta imagem adorável: “Um Pierrot extremamente triste e cansado caminha pela berma da auto-estrada a pedir boleia. Está a chover”.
3. Converti-me às roseiras e à poesia. Tarde demais.
4. A felicidade é dos que se sabem entreter sozinhos – ocorreu-me hoje ao final da tarde.
SARAH
PROCURO - quem me convide para ir ver a Sarah Kane! [de 10 a 24 de Abril, ESTÚDIO ZERO] Para mim é mais uma psicose porque já vi e li a peça uma série de vezes (Artistas Unidos, por exemplo), mas as Boas Raparigas vão tornar a oportunidade especial.
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