Wednesday, August 26, 2009

ENCICLOPE

COMPOSIÇÃO DE VERÃO

I
Este ano gostei imenso das minhas férias enquanto acreditei que não eram férias.
Conheci sítio espectaculares que se me tocavam até me mordiam.
Um sítio muito importante foi o 1labirinto de arbustos do jardim de S. Roque, mas o que eu mais gostei foi do 2enorme roseiral do Palácio, perto das quatro palmeiras (podem ser cinco, não posso confirmar agora) que se vêem da margem sul. Em termos de espaços verdes, o 3Jardim Majorelle talvez seja mais vistoso, mas o 4nosso botânico é mais bonito por ter um aspecto negligé, e prometer um ambiente mais selvagem.

Espaços com água, entre fontes, lagos, mar e rio, escolho as 5duas margens do Mediterrâneo e 6as piscinas de Anfa. Espaços para sair à noite, mantenho-me fiel ao 7Passos, enquanto esteve aberto, no horário de verão. Melhor que o Passos para beber chá, é o 8jardim da Liga Arábe, por causa da relação da temperatura ambiente com a da fervura da água. Por falar em temperatura, tive uma noite extraordinária, que eu acredito ter delirado, estava acima dos 46º - por pouco tive visões no deserto.

Quanto ao culto do saber, a 9biblioteca da Faculdade de Letras, nesta altura está disfarçada de lugar simpático e descobrem-se pérolas da impressão.


(amanhã continuo)

II
Quanto às Belas Artes, tive pena que nada no deserto habitado se assemelhasse ao que viu e pintou 10Delacroix – reconheço a distância temporal, mas ainda assim fiquei desgostosa. As estampas estavam agora emparedadas nas boutiques para turistas.
As viagens neste verão foram realizadas recorrendo a inúmeros meios de transporte. A 11bicicleta e o comboio foram os transportes eleitos, e os preteridos, no fim da lista, o 12táxi e o autocarro. Na minha opinião apanhar um táxi é talvez a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa desprotegida. Aspectos positivos destas férias, quase extraordinários, foram estes: ver o pôr do sol sentada no muro da 13mesquita (construída mar adentro) ao lado de contemplativos e surfistas; a visita inesperada do meu irmão e as 14praias fluviais quem sobe o Douro. Aspecto negativo, uma vez que fui apanhada de surpresa, foi sem dúvida o delírio. (Teve piada que a Bronte fez uma dream machine). A economia destes dias, prendeu-se com o imposto em crédito, que aos poucos seria para trocar as alcatifas, mas que foi cuidadosamente gasto em pequenas elegâncias. Sobrou o suficiente para comprarmos lâmpadas para toda a casa - durante o dia não se notava, mas agora à noite nota-se melhor que estamos a desperdiçar energia.

(amanhã continuo, ou mais tarde)

No comments: