Wednesday, August 05, 2009

Nós não estamos algures

Duas conversas e uma extra.

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ACTO UM
I - Disse a X que tinhas-me dado este objecto (arte).
D - E explicaste-lhe?
I - Não, só disse que mo deste.
D - Mas tentaste?
I - Não, só disse que mo deste.
D - Todos os trabalhos explicados parecem anedotas.
I - Todos os trabalhos explicados parecem muitas vezes anedotas.
D - Tudo tem um sentido, mesmo absurdo.
I - Que se completa no observador.
D - Mas que foge à explicação.

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ACTO DOIS
M - Tens que me explicar aquela exposição.
I - Tenho, devo, explicar-te se me pedires.
M - Não percebi nada.
I - Devo explicar-te se me pedires.
M - Não gostei.
I - Devo explicar-te se me pedires.
M - Só gostei do objecto (arte) X.
I - Devo explicar-te se me pedires.
(sorri, sorri, sorri - a alegria é a coisa mais séria da vida : ernesto de sousa ou almada)

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Conversa extra:
I - O que mais gostava era de todas as explicações divergentes
que os artistas que eu ouvia falar davam sobre o mesmo objecto - ou sobre os seus objectos.
N - Rídiculo. Confuso.
I - Libertador.
N - Constrangedor.
I - É jogo da linguagem. Que limita.
N - Enunciar, é válido.
I - Não queres tocar?
N - (...)

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